Em um discurso em tom de campanha, voltado à platéia presente ao jantar pelos 26 anos do PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou condescendência com os companheiros envolvidos em denúncias de irregularidade. "Errar é humano", disse Lula, referindo-se aos petistas "que erraram".
Lula aproveitou para comentar as seqüelas que as denúncias deixaram no partido. "Eu sei quantas vezes vocês ficaram magoados. Já cometemos erros, mas temos muitos acertos", justificou. "Temos que aprender a lidar com essas adversidades, e, quando cometermos erros, não termos vergonha de admitir que erramos. Pedir desculpa é uma grandeza, sobretudo quando a gente pede desculpas para o povo. Também não tentar execrar os que erraram. Errar é humano".
O presidente reafirmou que ainda não é candidato à reeleição. No palco, ouvindo o antigo refrão "Lula Lá", de suas quatro campanhas à Presidência, ele disse que vai viajar, vai inaugurar obras e colher o que plantou, mas não vai antecipar a campanha eleitoral.
O tom, no entanto, era o de quem quer motivar seus partidários. "Acho que valeu a pena chegar aonde chegamos. Podem estar certos de que vamos chegar muito mais longe. Nada de tristeza, nada de euforia, mas nada de pessimismo", disse. "Vontade de brigar é o que não pode faltar a todo petista".
Para justificar sua cautela em admitir a candidatura, o presidente disse que precisa dar prioridade ao governo. "Os adversários querem que eu entre numa campanha. Eu vou governar até o limite da lei."