Equipes voltam atrás e Fórmula 1 não deve ter dissidências

Trégua à vista. Primeiro foi o assessor de imprensa da Grand Prix World Championship (GPWC), Guido Stalmann, que afirmou textualmente: “Não estamos falando em boicote.” Sexta-feira a empresa, representante de cinco das sete montadoras que investem na Fórmula 1, distribuiu comunicado informando que suas equipes não aceitavam o novo pacote de medidas divulgado quarta-feira pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA).

Depois de Stalmann, domingo, hoje foi a vez de o presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, declarar: “As mudanças, radicais, vêm em boa hora. Para dizer a verdade, poderiam ter acontecido antes.” Parece não haver dúvida: a GPWC assumiu nova postura, distante da exposta sexta-feira. O Mundial deve começar dia 9 de março, na Austrália, sem dissidência.

O conflito entre a GPWC e a FIA parecia iminente depois de a associação das montadoras divulgar, por escrito, que não aceitava as alterações nos regulamentos técnico e esportivo promovidas por Max Mosley, presidente da FIA, e Bernie Ecclestone, diretor-executivo da Slec, holding que gerencia os negócios da Fórmula 1.

A disputa poderia radicalizar-se e, num caso extremo, levar a GPWC tentar organizar seu próprio campeonato. Mas depois de a assessoria da GPWC e do próprio Montezemolo virem a público com outra conversa, tudo leva a crer que as montadoras cederam e agora será a vez da FIA fazer a sua parte. ?Estou muito contente com o que fizeram, a Fórmula 1 estava mesmo muito igual há muito?, falou surpreendentemente Montezemolo. Apenas ressaltou: ?Não estou certo de que poderemos retirar dos carros os recursos eletrônicos desejados pela FIA, porque talvez não haja tempo até o início do campeonato.?     A deixa foi dada. A FIA pode agora manter seu pacote mas a proibição de algumas das medidas, como o controle de tração, o câmbio e o sistema de largada automáticos, estendida para a quarta etapa, por exemplo. O importante é que passou a existir um canal de entendimento entre GPWC e FIA, o que não havia sexta-feira e colocava em risco até a realização do Mundial, ao menos no formato conhecido até hoje.

Como tudo que cerca a Fórmula 1 é mantido em inexplicável segredo, falava-se hoje na Europa que a esperada reunião do Techincal Working Group (TWG), comissão que reúne representantes de todos os segmentos da Fórmula 1, será realizada amanhã. E depois do que a TWG decidir sugerir, a FIA tomará uma decisão final.

É provável que esse seja mesmo o caminho para a solução do impasse, o que daria legalidade ao texto final, por atender o procedimento-padrão de conduta, ou seja, a TWG encaminha sua sugestão e a FIA acata ou a modifica.

Renault

A empresa francesa apresentou hoje em Lucerna, na Suíça, seu novo carro, o modelo R23, e amanhã será a vez da Jaguar lançar o seu R4, que será pilotado pelo brasileiro Antonio Pizzonia e o australiano Mark Webber.

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