Equipes se rebelam contra mudanças na Fómula 1

Vinte anos depois de um grave confronto entre a representante da maioria das equipes, a Foca, e o braço esportivo da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), a Fisa, que resultou no Pacto da Concórdia, salvando assim a Fórmula 1, a disputa entre os dois “adversários” volta a esquentar e, da mesma forma, colocando em risco a competição.

A Grand Prix World Championship (GPWC), empresa das montadoras que investem na F1, distribuiu comunicado nesta sexta-feira, em Berlim, onde se reuniu, afirmando que suas escuderias não aceitarão o pacote de medidas anunciado quarta-feira por Max Moxley, presidente da FIA. A categoria está rachada.

Ninguém sabe mais ao certo o conjunto de regras técnicas e esportivas que irá reger a Fórmula 1 no Mundial que começa dentro de um mês e meio. Se é que vai ter mesmo início. Que a FIA pudesse rever algumas das corajosas decisões de quarta-feira já era esperado, conforme o próprio Mosley adiantou, mas que todo o divulgado não sirva para nada, como parece ser o caso, é uma grande surpresa.

A GPWC pode antecipar de 2008, conforme o planejado, para já este ano a realização do seu campeonato, nos moldes ao da Fórmula 1, se Max Mosley e Bernie Ecclestone, sócio da holding que explora os direitos do Mundial (Slec), não revogarem o pacote de mudanças.

Mosley e Ecclestone lideraram a iniciativa de modificar o regulamento agora. Eles determinaram que os carros fiquem em parque fechado entre a classificação e a corrida, o fim do controle de tração, sistema de largada e câmbio automáticos, a proibição da transmissão de dados por telemetria, a comunicação por rádio e o uso do carro reserva, dentre outras medidas.

Razão para proposta tão avançada: conter os custos da Fórmula 1 e oferecer maior competitividade. Cinco montadoras, as que formam a GPWC, não querem nem ouvir falar nesse pacote. São elas: Ferrari (substituta da Fiat na empresa), Daimler-Chrysler (da Mercedes-McLaren), Ford (ou Jaguar), Renault e BMW (ligada à Williams).

No comunicado da GPWC, o texto é claro: “Solicitaremos que nossos times analisem os meios para garantir que essas medidas não sejam adotadas ou que gerem dificuldades à Fórmula 1, a seus times e aos pilotos no futuro”.

O Mundial tem 10 escuderias confirmadas, em especial porque nesta sexta-feira a Formula One Management (FOM), empresa da holding Slec, confirmou que distribuirá US$ 32 milhões à Jordan e à Minardi para que complementem seus orçamentos. O dinheiro provém dos direitos da Arrows, extinta, e da antecipação do que as duas têm também direito.

Dessas 10 equipes, cinco são das montadoras da GPWC, enquanto a Sauber corre com motor Ferrari e Jordan e Minardi usam o Ford. No total, portanto, a GPWC controla 8 times ou 80% da competição. As exceções são a Toyota e a BAR, que é associada à Honda. Para um bom entendedor: ou Mosley e Ecclestone negociam ou seu campeonato terá quatro carros e não 20. Os próximos dias serão quentes para a Fórmula 1.

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