O Brasil já é o terceiro maior produtor de produtos transgênicos do mundo, atrás dos Estados Unidos e Argentina, devido principalmente ao plantio de soja RR. As pesquisas e o uso da tecnologia disponível, entretanto, poderiam estar num estágio bem mais avançado não fossem os entraves criados para a liberação dos produtos transgênicos no Brasil, segundo Alexandre Nepomuceno, pesquisador da Embrapa Soja, que palestrou recentemente em Maringá no Encontro Cocamar de Produtores de Soja.

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 Ele cita, por exemplo, que os mais de R$ 4 bilhões de prejuízo na soja com a estiagem em 2004 e 2005 no Paraná e Rio Grande do Sul poderiam ser evitados ou amenizados se os produtores já tivessem nas mãos variedades de soja resistentes à estiagem que a Embrapa está desenvolvendo, o mesmo ocorrendo em relação a soja resistente à ferrugem asiática, que está sendo pesquisada, ou tantas outras melhorias possíveis nas várias culturas cultivadas no Brasil.

 Contrariando os alardes catastróficos e as crenças de que os transgênicos não teriam espaço para comercialização, Nepomuceno disse que 60% da soja produzida no mundo já é modificada geneticamente, assim como 28% do algodão, 21% do milho e 18% da canola, dentre os inúmeros produtos existentes. E que em vez de causar danos ao meio ambiente, os produtos geneticamente modificados têm reduzido o uso de agrotóxicos e trazido inúmeros benefícios.

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