Entidades colocam em prática medida contra caos aéreo

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Infraero e Aeronáutica começaram nesta sexta-feira (16) a colocar em prática as medidas anunciadas para evitar um novo "apagão" nos aeroportos do País, durante o carnaval. No entanto, como já advertira representantes dos controladores, a movimentação no último dia útil antes do feriado foi grande nos aeroportos e muita gente não escapou de atrasos. Segundo a Infraero, até às 17h, dos 1.280 vôos programados em todos os aeroportos, 33% sofreram atrasos de mais de 45 minutos, o que significou 422 vôos atrasados.

O presidente da estatal, brigadeiro José Carlos Pereira, responsável pela administração de 67 aeroportos do País, reconheceu que esse porcentual de atrasos é alto, porém "administrável". "Está tudo compatível com o que ocorre em véspera de feriados prolongados", comentou Pereira. Ele explicou que, por ocasião de feriados mais longos, a demanda dos passageiros por vôos aumenta normalmente e as autoridades aeronáuticas já esperam que cerca de 20% dos vôos programados sofram algum atraso.

No entanto, escaldado com o último "apagão" ocorrido no Natal, quando os atrasos fugiram de controle, o governo preparou uma série de medidas na tentativa de evitar a repetição do caos nesse período. "Estamos de plantão e acredito que, salvo o imponderável, tudo transcorrerá bem", afirmou Pereira.

A Anac informou que, em uma reunião realizada ontem com representantes de todas as companhias aéreas, as empresas se comprometeram a seguir as recomendações da agência reguladora de manterem aviões reservas nos principais aeroportos, orientarem os funcionários a falar a verdade aos passageiros sobre motivos de eventuais atrasos, evitarem vendas de bilhetes em número maior que a capacidade dos aviões e reforçarem os quadros de funcionários nos aeroportos mais movimentados, como Congonhas (SP). Segundo a Anac, a sua fiscalização também será reforçada.

O comando da Aeronáutica e as associações representantes de controladores de vôos descartaram a possibilidade de realização de "greve branca" ou "operação padrão" no feriado. "Não há, nem nunca houve, qualquer tipo de articulação, movimento ou organização com o intuito de gerar transtornos à Circulação Aérea Nacional no período que compreende o feriado de carnaval ou em qualquer outro período no ano", afirmou em nota a Federação Brasileira de Associações de Controladores de Tráfego Aéreo (Febracta).

A assessoria de imprensa da Aeronáutica disse que a escala de trabalho dos controladores foi reforçada nos dias de maior demanda no feriado, como os que antecedem e finalizam o período, mas que não houve necessidade de convocação extraordinária de profissionais.

Parte dos atrasos registrados nesta sexta-feira, segundo o presidente da Infraero, pode ser atribuído a uma elevação no tráfego aéreo entre as regiões de Brasília, São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro no final da manhã e no início da tarde. Por causa disso, o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 1) decidiu espaçar em quinze minutos as decolagens, o que resultou em atrasos de vôos em cadeia.

O Cindacta 1 é responsável pelo monitoramento de vôos que sobrevoam o quadrilátero Rio de Janeiro-São Paulo-Belo Horizonte-Brasília, que corresponde a 85% do movimento aéreo no País, e executa as atividades de controle do tráfego aéreo comercial e militar, vigilância do espaço aéreo e comando das ações de defesa aérea.

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