Empregos terceirizados têm provocado precarização do mercado de trabalho

Brasília – O processo de terceirização da mão-de-obra, em que o trabalhador não tem vínculos empregatícios com a empresa, tem provocado uma precarização das condições de trabalho no Brasil. A remuneração destes trabalhadores é, em média, um terço menor do que a dos assalariados que têm vínculo direto com a empresa, no exercício da mesma atividade. Essa é uma das principais conclusões do estudo "Terceirização e Diversificação nos Regimes de Contratação de Mão-de-Obra", do economista Marcio Pochmann.

Apesar da redução salarial, os terceirizados têm praticamente o mesmo perfil dos demais trabalhadores, como escolaridade e faixa etária. Em 2005, o total de trabalhadores terceirizados com até a 8ª série era de 44,3% enquanto que o índice geral era de 41,2%. O estudo analisou a situação dos empregados com carteira assinada no setor privado, com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério do Trabalho.

Professor do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sociais Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit), Pochmann verificou que os terceirizados também perdem garantias e direitos trabalhistas conquistados através da negociação coletiva. Entre as vantagens, o pesquisador cita a redução de jornada, reajustes salariais e ganhos de produtividade.

?Em grande parte das vezes, os trabalhadores terceirizados dispõem fundamentalmente do que a legislação estabelece, perdendo em relação aos trabalhadores contratados diretamente que têm, através da convenção coletiva, mais direitos em termos de condição de trabalho?, afirmou.

Segundo o estudo, emprego terceirizado é definido em cinco categorias ocupacionais: serviços não especializados prestados às empresas especializadas; atividade por empresas de asseio e conservação, alocação temporária de mão-de-obra; serviços de segurança e vigilância; e ocupados em empresas individuais.

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