Ele já foi boia-fria, lavador de carros e balconista de banca de jornal. E hoje é exemplo de empreendedorismo em todo o Brasil. Valdir Novaki, proprietário da “Pipoca do Valdir”, mantém um único carrinho na Praça Tiradentes há 11 anos. Mas há 15 anos ele atua no ramo. “Antes ficava em frente à Biblioteca Pública, com um carrinho alugado”, explica. Faz tanto sucesso com as ideias inovadoras que criou para o produto que já realizou cerca de mil palestras em todo o país, ao custo de R$ 10,8 mil cada.

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Valdir poderia ser mais um dos 119 pipoqueiros oficialmente registrados pela Prefeitura de Curitiba, cinco deles dividindo o mesmo espaço na praça, mas não é. Entre as novidades que oferece aos consumidores, como o já conhecido kit higiene – composto de guardanapo, fio dental e bala de hortelã, distribuídos junto com a pipoca -, ele criou o cartão fidelidade, a dúzia de dez e um convite gratuito para quem quiser provar o produto.

Mas Valdir não parou de inovar. Recentemente ele trocou o carrinho por um novo, adesivado com sua logomarca. Também instalou uma placa de energia solar. O investimento foi de cerca de R$ 30 mil. “Agora ele é todo elétrico e não precisamos puxar fio nenhum aqui na praça, o que nos trouxe mais segurança”, justifica.

Com isso, ele também não tem mais que percorrer os 500 metros de distância que separam a praça do estacionamento, empurrando o carrinho “no muque”, como ele diz. E tem energia renovável para manter as dez luzes de LED funcionando durante o período noturno.

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Os jalecos, também com a logomarca da empresa e bolsos identificados com os dias da semana, também foram atualizados. “Assim o cliente fica sabendo que eles foram trocados”, destaca.
E para breve ele promete wi-fi de graça, TV de LED sintonizada nas notícias, máquina de cartão para facilitar o pagamento e sacos de pipoca personalizados. “Meu maior patrimônio é o meu cliente, então faço de tudo para agradá-lo”, afirma.

Lenise e Cristian esbanjam simpatia no atendimento.

História

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Valdir veio de São Mateus do Sul para Curitiba com a mulher Lenise e o filho Cristian em 1989 e foi lavar carro em um estacionamento. Depois trabalhou como balconista de uma banca de revista na Praça Rui Barbosa. Atuou durante 10 anos na banca e quando saiu, em 2001, alugou um carrinho de pipoca, que mantinha em frente à Biblioteca Pública do Paraná. “Tinha comigo o conceito de que o milho era barato e rendia”, lembra.

Mas foi somente em 2006 que conseguiu a sua licença definitiva na prefeitura. Com os R$ 4,6 mil que economizou durante este tempo, comprou o primeiro carrinho de pipoca. Mas ele não queria ser mais um vendedor do produto. Fez um curso no Programa de Alimento Seguro (PAS) para ter noções de manuseio e higiene de alimentos. “No início tinha dinheiro só para um jaleco. Prometi pra mim mesmo que todo dinheirinho que sobrasse, compraria outro. E foi assim que surgiu a ideia de um uniforme por dia da semana”, relata. Hoje, ele investe 30% do faturamento total em inovações.

Outro cuidado do pipoqueiro foi em relação aos insumos. “Sempre me preocupei em oferecer o melhor para o meu cliente”, afirma. A pipoca é importada da Argentina, pois quando estoura é maior, o bacon é de marca conhecida e o óleo é leve. Tudo manipulado e embalado em sua residência. “Nós não mexemos com nada aqui, pois não temos infraestrutura para isso”, observa.

São 11 quilos de bacon e 5 de coco diariamente na produção.

Diferencial do Valdir

  • Pipoca sempre quentinha
  • Padrão de processo e manuseio
  • Uso de marcas renomadas
  • Limpeza diária do carrinho e dos utensílios
  • Nenhum contato manual com o produto
  • Kit higiene
  • Simpatia da família

Em média, Valdir estoura 20 quilos de milho por dia. Quanto isto rende em saquinhos, ele não revela. As pipocas oferecidas são a salgada e a doce. A doce vem acompanhada com pedaços de côco. Ele também tempera a pipoca feita com milho de canjica e vende quentinha. Todas são embaladas em saquinhos e sacolinha plástica, com um “chorinho”.

Neste tempo todo de mercado, ele afirma que, se antes ele vendia um “xis” de pipoca, hoje, com as inovações, ele multiplicou este número em 20 vezes. Para ele, existem três itens principais em seu negócio: qualidade no atendimento; qualidade dos insumos e higiene. “Nós ficamos quase o dia todo na rua, sem água e sem banheiro. Por isso é difícil manter um comércio deste tipo”, lembra. A família toda trabalha junto na praça, numa jornada que começa às 7h da manhã em casa e se estende até as 19h30 na rua.

No carrinho do Valdir, o cliente tem à sua disposição álcool gel para passar nas mãos. Além disso, todos os utensílios utilizados são desinfetados a cada 20 minutos. “Não tocamos em nenhum alimento. Tudo é feito mecanicamente”, garante. Com tantas inovações e cuidados, o carrinho do Valdir não teria outro destino a não ser o sucesso.

Palavra do cliente

Consumidora da “Pipoca do Valdir” desde os quatro anos, a aprendiz bancária Larissa Melko, hoje com 19 anos, conta que quase todo dia compra uma pipoca para levar para casa. “Não tem jeito, saio do trabalho e o cheirinho me chama”, diz. Ela também costuma levar um pacote para a mãe. “Lá em casa todo mundo é fã”.

Pipoca em números

  • 20 quilos de milho/dia
  • 11 quilos de bacon/dia
  • 5 quilos de côco/dia
  • R$ 5 o pacote, com direito a “chorinho”