Ex-funcionário de uma multinacional, Leonel Adriani Cabral Nunes, morador do bairro Fazendinha, em Curitiba, depois de passar oito anos trabalhando como metalúrgico, entrou no programa de demissão coletiva da empresa e, de uma hora para outra, se viu sem perspectiva de trabalho. A exemplo de muitos brasileiros, investiu seu Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em sua independência financeira e virou fabricante de sucos. Mas não é um fabricante de sucos qualquer. Nunes faz sucos naturais, boa parte deles os chamados “sucos detox”. Virou sucesso. Ele comercializa cerca de 150 garrafas de 300 ml por dia, a R$ 3,50 a unidade. “As mulheres adoram”, comprova.

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Vendendo de porta em porta, Nunes não só incrementou a renda familiar, mas conseguiu arrastar junto com seu negócio toda uma cadeia produtiva local. Compra, por exemplo, insumos de pequenos produtores de frutas orgânicas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), assim como faz parte de algumas ONGs de economia solidária. “Não pensamos só em nós, mas em um todo”, pontua.

O empresário trabalha com sucos há 16 anos. Começou fornecendo para os colegas metalúrgicos. “Fazia como complementação de renda”, justifica. Foi quando se viu desempregado que, junto com a mulher, Luzia, vislumbrou um nicho de mercado. “Hoje vendo em academias e no comércio do bairro”, conta. Ele percorre as ruas do Fazendinha a pé, puxando um carrinho que conserva os sucos sempre fresquinhos.

Nunes trabalhou oito anos na informalidade. Recentemente, quando resolveu se profissionalizar, buscou ajuda de órgãos como o Sebrae, assim como participou de várias feiras de empreendedorismo e de economia solidária. Hoje ele é um Microempreendedor Individual (MEI).

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Lixo

Além de se profissionalizar, o microempresário faz questão de melhorar o lugar em que mora. Ajuda, por exemplo, a Associação de Carrinheiros e atualmente trabalha na construção da Padaria Solidária do bairro.
Ele também tem uma preocupação com o lixo que produz. O bagaço das frutas, por exemplo, vira compostagem para as plantas que cultiva no quintal. As garrafas de plástico dos sucos, ele envia para a reciclagem. A cada dúzia de garrafas vazias o cliente ganha uma cheia. E é assim, de porta em porta, que o empresário ganha cada dia mais clientes. “O mercado é promissor”, constata.

Os sucos detox produzidos pelo empresário fazem sucesso.

“Ganham todos os lados”

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Para o consultor do Sebrae Rodrigo Feyerabend, hoje, o envolvimento local é muito importante para o agronegócio. De acordo com ele, prestigiar os pequenos produtores, como vem fazendo o fabricante de sucos naturais Leonel Adriani Cabral Nunes, não só ajuda os agricultores, como gera impostos para o município. “Ganham todos os lados”, constata.

Feyerabend aponta o mercado de cuidados para com a saúde como um bom nicho para investimentos. “Ele poderia ser mais um fabricante de sucos. Mas não. Ele viu nos sucos detox, por exemplo, o pulo do gato para o seu negócio”, analisa. E mais do que isso, a busca por pequenos fornecedores, ,além de incentivar a economia local, com empregos e arrecadação de impostos, é uma tendência que vem cada dia mais se espalhando na economia mundial.

Como na Lei de Darwin, na fábrica tudo se recria e se aproveita.

Agenda

Terça-feira (12): Atendimento ao Cliente
Local: Regional Pinheirinho.
Quarta-feira (13): Marketing e Vendas
Local: Regional Santa Felicidade

As inscrições estão abertas e mais informações podem ser obtidas pelos telefones (41) 3221-9925 e 3044-1174. Há cursos à tarde (14h e 18h) e à noite (19h às 22h). São admitidas até 35 pessoas por sala e as aulas sempre ocorrem nas Ruas da Cidadania. As inscrições podem ser realizadas em oito Espaços do Empreendedor, nas Ruas da Cidadania, exceto Matriz e Bairro Novo.