Representantes de comunidades tradicionais se encontram nesta semana com os ministros do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, e do Meio Ambiente, Marina Silva, para apresentar o documento final com as principais reivindicações discutidas durante o 1º Encontro Nacional de Comunidades Tradicionais.

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A regularização fundiária, a garantia de acesso aos recursos naturais e a criação de políticas públicas específicas foram os principais pontos apresentados durante a reunião. De acordo com Marina Silva, o país tem avançado no processo de regularização de terras.

"Este país há 25 anos não fazia regularização fundiária e agora está fazendo isso. Nós avançamos significativamente nesse processo na Amazônia, onde já foram homologados cerca de 9,2 milhões de hectares de terra indígena nesses dois anos e meio", afirmou ela. "Isso vem se configurando em várias agendas."

Os representantes também reivindicam o reconhecimento de outros povos como tradicionais do Brasil. Atualmente, apenas os remanescentes de quilombos e os povos indígenas são reconhecidos. A ministra acredita que a inclusão de outras comunidades como tradicionais deve ser feita de modo equilibrado.

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"Está se desenhando um processo. Um recorte que não seja tão restritivo, que exclua povos que, do ponto de vista das suas práticas econômicas sociais e culturais e da sua cosmovisão são claramente populações tradicionais e que devam ser incluídos", falou ela. "Um recorte também nem tão amplo a ponto de desconstituir exatamente o que já caracteriza uma comunidade tradicional."

Para a coordenadora Nacional de Quilombos, Jô Brandão, responsável pela apresentação das demandas aos ministros, esse é primeiro encontro fundamental para as comunidades conseguirem construir propostas comuns.

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"Foi um momento importante para comunidades tradicionais porque nós tivemos a oportunidade de dialogar propostas coletivas e apresentar essas demandas ao poder público, que terá a responsabilidade de, junto conosco, implementá-las. Esse é um processo de construção coletiva", avaliou.

Durante o encontro também se definiu a mudança da Comissão Nacional para uma Política de Desenvolvimento Sustentável das Comunidades Tradicionais, que hoje é composta apenas por representantes do governo. A partir de agora, a comissão será formada por 15 representantes do governo e 15 das comunidades tradicionais.