A eleição presidencial de hoje no Vasco virou caso de polícia e sofreu intervenção da Justiça. A confusão começou quando o Movimento Unido Vascaíno (MUV), que lidera a oposição, denunciou irregularidades na lista de sócios aptos a votar – 45 deles têm mais de 110 anos (o mais velho, com 150) – além de outros falecidos.
Com base nisso, a Justiça permitiu o acesso e a fiscalização dos representantes da chapa de Roberto Dinamite, candidato de oposição, a todos os locais de votação. O Ministério Público designou o promotor Carlos Andresano Moreira para fiscalizar a eleição.
A Delegacia de Defraudação abriu inquérito e intimou cinco membros da Junta Deliberativa do processo eleitoral, entre eles o presidente Eurico Miranda, que tenta a reeleição, para prestar esclarecimentos. O dirigente será ouvido amanhã. ?Se for comprovado que adulterou a listagem, ele (Eurico) pode responder por falsidade ideológica e, posteriormente, ser preso?, disse o delegado Fernando Vila Pouca de Souza.
Os 8.635 associados que compõe o colégio eleitoral escolherão entre as chapas encabeçadas pelo maior ídolo do clube, Roberto Dinamite, e o atual presidente, Eurico Miranda, cada qual formada por 160 conselheiros. Em janeiro, elegerão o novo presidente os 120 conselheiros da chapa que ganhar, mais 30 da perdedora, além de 150 conselheiros natos.
Eurico Miranda, de 59 anos, derrotado na disputa por uma vaga na Câmara Federal, tenta se reeleger pela Chapa Azul. Não apresentou propostas e criticou o adversário. ?Não posso ter projeto. Sou presidente?, disse Eurico, na direção do clube desde 1980. ?A diferença é que ninguém pode administrar o Vasco sem conhecer bem a instituição?
Reeleito para o 4º mandato na Assembléia Legislativa, Roberto Dinamite, de 52 anos, da chapa Por amor ao Vasco, promete um novo modelo de gestão. ?Vou recuperar São Januário com uma administração transparente. Quero buscar parcerias para tornar o Vasco forte no futebol e no esporte amador?.