Williams/Fed: EUA ainda estão a caminho da alta de juros em 2015

O presidente da regional de São Francisco do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), John Williams, demonstrou confiança de que a economia americana não será prejudicada pelos eventos negativos na China e na Grécia em comentários que, novamente, sinalizaram para um aumento nas taxas básicas de juros do país neste ano.

“A política monetária é dependente de dados”, disse Williams, que vota nas reuniões de política monetária. Mas, dada a perspectiva positiva para os EUA, “eu ainda acredito que este será o ano para o início da alta, e eu ainda acredito que esperar muito tempo para aumentar as taxas envolve riscos”, afirmou.

O dirigente do Fed acrescentou que o caminho mais fácil é aumentar os juros antes que a inflação ultrapasse a meta de 2% do banco central. “Eu vejo um caminho mais seguro em começar mais cedo e de prosseguir de forma mais gradual [com a alta dos juros]”, comentou. A medida preferida de inflação do Fed, o índice de preços dos gastos com consumo pessoal, subiu 0,2% em maio em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Williams reafirmou que após uma viagem recente para a Ásia, está confiante de que a China tem as ferramentas necessárias para lidar com desequilíbrios em sua economia. Ele não fez observações sobre a turbulência que atinge o mercado acionário do país e já provoca receios de que possa se espalhar a outras praças.

“A China tem mostrado que tem tanto a vontade quanto o interesse de tomar as ações necessárias” para manter a economia na linha, disse, acrescentando que os líderes chineses estão “realistas” que as taxas de crescimento do passado não podem ser repetidas e que uma expansão sustentável provavelmente está abaixo da meta atual de 7% ao ano.

Williams também espera que os EUA sejam capazes de resistir a qualquer dano colateral da crise na Grécia. “Há riscos, mas considero improvável que eles derrubem os fortes fundamentos da economia dos EUA”, disse.

Ele ainda afirmou que a exposição dos investidores estrangeiros à Grécia é “relativamente limitada” e que “o Banco Central Europeu parece ter os meios e vontade para limitar as consequências financeiras que poderiam afetar o resto da zona do euro”. Uma ampla turbulência nos mercados é um “risco improvável”, disse Williams.

O dirigente do Fed demonstrou em seu discurso otimismo quanto ao desempenho da economia dos EUA, ao comentar que o desemprego deve continuar caindo e os salários estão avançando. Ele ainda afirmou que a inflação provavelmente vai acelerar, chegando a níveis desejáveis até o fim do próximo ano. Fonte: Dow Jones Newswires.

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