Volume de captações internas recuou 32% no 1º semestre, diz Anbima

As captações das companhias brasileiras no mercado doméstico caíram 32% de janeiro a julho deste ano, para R$ 60,3 bilhões, em comparação ao mesmo período do ano passado, informou a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) em seu boletim de agosto sobre o mercado de capitais. Nas emissões internacionais a queda foi ainda mais significativa, com o total captado saindo de US$ 36,7 bilhões no acumulado até julho de 2014 para US$ 8 bilhões nos sete primeiros meses de 2015.

“Os períodos de incerteza macroeconômica são geralmente acompanhados por cautela no financiamento por parte das companhias e isto está refletido nos nossos números. No entanto, há uma expectativa de melhora nas emissões ainda neste semestre, com a perspectiva de grandes operações no mercado de renda variável para os próximos meses”, afirma a diretora da Anbima, Carolina Lacerda.

No primeiro semestre de 2015, as companhias brasileiras captaram R$ 36 bilhões com emissões de debêntures e notas promissórias. Em volume, as captações foram lideradas pelo setor de energia elétrica, com participação de 29,4% sobre o total. O setor elétrico é um emissor frequente no mercado local de títulos de dívida e tem liderado as captações no segmento nos últimos cinco anos, inclusive com crescimento de sua participação relativa no ano em comparação a 2014 (25,1% do total).

Também se destacaram nos primeiros sete meses de 2015 os setores de transporte e logística e financeiro, com participações de 19,7% e 14,8%, respectivamente. Já entre os que têm reduzido sua atuação no mercado local de renda fixa, estão TI e Telecomunicações e Construção Civil, com peso de apenas 1,8% e 3%, respectivamente, das emissões no primeiro semestre de 2015.

Os títulos de renda fixa emitidos em julho e contabilizados até o momento somam apenas R$ 1,3 bilhão, divididos em três operações com debêntures (R$ 990 milhões) e duas ofertas de notas promissórias (R$ 320 milhões). Entre as debêntures, chama atenção a piora das características dos ativos em relação ao prazo médio, que chegou a apenas 3,6 anos em julho de 2015, o menor patamar desde 2009. Além disso, é crescente a participação dos ativos atrelados ao DI, que já respondem por 93,4% do total das emissões em 2015, sendo 43,9% totalmente pós-fixados, ou seja, expressos em porcentual do DI. Em julho não foram realizadas operações internacionais e não houve captações com ações no mercado doméstico.

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