Vice do BC chinês defende taxa de câmbio flexível

A vice-presidente do Banco do Povo da China (PBOC, banco central do país), Hu Xiaolian, fez hoje uma defesa direta dos benefícios dos mercados de câmbio. Hu afirmou que uma taxa de câmbio fixa seria perigosa para a economia chinesa e disse que é necessário para o país ter um câmbio flexível. Os comentários, publicados no site do PBOC, são a primeira demonstração da opinião do banco central sobre a política monetária desde que flexibilizou o câmbio, no dia 19 de junho. As declarações são incomuns porque ecoam muitas das críticas feitas por economistas, pelo governo dos Estados Unidos e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) ao regime cambial fortemente controlado da China.

Embora não indiquem uma mudança na política, os comentários de Hu parecem querer reafirmar o compromisso da China com seu novo regime cambial, que encerrou quase dois anos de atrelamento do yuan ao dólar. No entanto, dúvidas sobre as intenções do governo chinês permanecem, já que o yuan teve valorização de menos de 1% diante do dólar desde que o novo regime foi anunciado e quase não se moveu nas duas últimas semanas.

Hu afirmou que taxas de câmbio rígidas têm contribuído para crises financeiras no passado, incluindo no México em 1994, Argentina em 2001 e vários países asiáticos em 1997. “Nenhum grande dano será causado a um país pequeno se ele ligar sua moeda a uma mais forte, mas esse dificilmente é o caso para países grandes, porque eles têm interação maior com a economia global. Além disso, uma taxa de câmbio fixa é uma desculpa fácil para problemas comerciais e protecionismo”, disse.

“Por isso, é necessário para países grandes ter uma política cambial flexível”, afirmou a autoridade. Segundo Hu, o regime cambial adotado agora pela China terá muitos benefícios para a economia do país e vai “permitir que a demanda doméstica tenha um papel mais importante no desenvolvimento econômico e, assim, promoverá crescimento econômico sustentável e equilibrado”.

Hu defendeu que uma taxa de câmbio mais flexível vai melhorar a capacidade da China de gerenciar sua própria economia – um argumento frequentemente usado por autoridades dos EUA e outros defensores da liberalização da taxa de câmbio do yuan. O novo regime cambial vai “melhorar a proatividade e a capacidade de gerenciamento macroeconômico e a efetividade da política monetária, além de limitar a inflação e as bolhas de ativos e conter os riscos macroeconômicos”, afirmou Hu. As informações são da Dow Jones.

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