Vestuário de Cianorte será laboratório para BNDES

A indústria do vestuário de Cianorte está entre os oito Arranjos Produtivos Locais (APL’s) eleitos pelo BNDES em todo o País para integrar um laboratório que vai identificar uma nova modalidade de financiamento do banco. O banco quer atender os APL’s com uma linha de crédito específica porque entende que esta forma de estruturação do setor produtivo é um bom caminho para evitar a mortalidade da micro e pequena empresa, conforme destacou o presidente do BNDES, Carlos Lessa.

O Sistema Fiep, através do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) está assessorando os empresários de Cianorte na constituição do APL, que se caracteriza pela concentração de empresas do mesmo setor que cooperam entre si.

“A inclusão da indústria do vestuário de Cianorte entre os oito APL´s eleitos pelo BNDES é uma vitória importante”, destaca Wilson Becker, presidente da Associação dos Shoppings Atacadistas de Moda de Cianorte (Asamoda) e do Sinvest. “O BNDES elegeu apenas oito pólos produtivos no País e nós estamos entre eles. Isto certamente vai mudar o panorama do setor”, acredita o presidente.

Becker atribui esta inclusão de Cianorte no cenário nacional ao nível de organização e cooperação já existente entre os empresários locais e também à articulação da Fiep. “O presidente Rocha Loures conheceu a nossa realidade e concluiu que reunimos todas as condições para fazer parte dessa experiência do BNDES”, informou.

Aproximação

A partir daí, segundo Becker, começou uma aproximação maior com o banco. Técnicos da instituição financeira estiveram no município para conhecer a estrutura da indústria local e uma missão de empresários foi recebida na sede do banco, acompanhados de executivos do Sistema Fiep.

A missão empresarial fez uma explanação geral sobre o pólo do vestuário de Cianorte, a atuação das entidades representativas do setor, as conquistas, as potencialidades e as limitações. Esta série de contatos resultou na inclusão de Cianorte entre os pólos eleitos pelo BNDES para um exercício que vai identificar uma modalidade específica de financiamento.

De acordo com Becker, a expectativa dos empresários é pela criação de uma linha de crédito com juro menor e prazo maior que possa viabilizar investimentos como a compra de máquinas de última geração. “Com isso, as empresas vão ganhar em produtividade e poderão partir para a conquista de novos mercados”, acredita.

Segundo o presidente da Asamoda, a atuação em APL já é consenso entre os empresários locais que participaram em grande número do Encontro de Planejamento Compartilhado promovido em abril último com a assessoria da Fiep. “Já temos uma atuação conjunta bem sucedida e queremos consolidar este trabalho”, destaca Becker. Para ele, a atuação em APL vai viabilizar, entre outras coisas, a criação de um centro de design e a instalação de uma escola-fábrica, estruturas que vão servir a todas as empresas, o que seria impossível conseguir atuando de forma isolada. A indústria do vestuário de Cianorte reúne 350 empresas formais que faturam R$ 200 milhões por ano e empregam 12 mil trabalhadores.

Além da indústria do vestuário de Cianorte, os outros APL’s eleitos pelo BNDES são: fruticultura, no Pará; cerâmica, no Mato Grosso do Sul; software, em Pernambuco; redes de dormir, na Paraíba; calçados, em Minas Gerais; jóias e bijuterias, em São Paulo; e metalmecânica, no Rio Grande do Sul.

Cartão

Enquanto a nova modalidade de crédito específica para os APL’s não é definida, as empresas do pólo do vestuário de Cianorte já podem acessar o Cartão BNDES, um crédito para investimentos destinado especificamente à compra de bens de capital/produção de fornecedores cadastrados no banco. O limite de financiamento é de R$ 50 mil por instituição financeira e o prazo para pagamento é de 12 meses, com parcelas fixas e juros de 1,39% ao mês.

Excelência em liderança

Por acreditar na importância do papel dos líderes empresariais e de entidades que congregam empresários de pequenos negócios, o Sebrae desenvolveu o Programa Sebrae de Excelência em Liderança. “Vamos trabalhar com pessoas que ocupam lugares estratégicos para exercer a condição de líder, pessoas que precisam aprender a provocar, perturbar o ambiente”, diz o superintendente do Sebrae/PR, Hélio Cadore. O programa será lançado neste dia 26 de maio, às 19h, no Hotel Rayon, em Curitiba.

Para criar um ambiente favorável aos pequenos negócios, o Sebrae acredita na importância de líderes, públicos e empresariais, como agentes de influência e transformação. O programa é mais uma ferramenta para desenvolver líderes com crenças compatíveis com a realidade de desenvolvimento. São pessoas que estejam exercendo cargos de liderança e potenciais líderes das organizações e comunidades comprometidas com o desenvolvimento dos pequenos negócios do País. O desenvolvimento e a realização do programa beneficiará o movimento associativista do País e, por conseqüência, todo o segmento dos pequenos negócios.

Segundo o autor do programa, Paulo Vieira, que é psicólogo, professor da Fundação Dom Cabral e consultor em recursos humanos com foco em desenvolvimento de executivos e gestão de pessoas, o líder precisa aprender a provocar, perturbar o ambiente. “Vamos trabalhar com pessoas que ocupam lugares estratégicos para exercer a condição de líder e o exercício da liderança requer humildade e aspirações compartilhadas. É preciso articular as pessoas em torno de um sonho único”.

A metodologia é baseada no desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes, ampliando a visão sistêmica e de cenários econômicos, sociais e políticos. Também busca desenvolver vários aspectos interpessoais e intrapessoais dos líderes por meio do estudo de temas como liderança e desenvolvimento sustentável; dimensão da instituição, das pessoas, da estratégia, do ambiente e do eu. O programa tem como eixo central a construção de um projeto aplicativo para reforçar o aprendizado dos participantes.

Para o diretor superintendente do Sebrae/PR, Hélio Cadore, o líder precisa transmitir seus ideais, um dos pontos que o programa vai abordar. “Os chefes precisam ser copiados em bons ideais e não em atitudes, o que muitas vezes acontece. Para isto é preciso que tenha uma causa que motive os liderados. O bom líder tem uma bandeira e sabe defendê-la”. O Programa Sebrae de Excelência em Liderança tem parceiros como a Associação Brasileira dos Sebrae Estaduais – Abase; Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná – Faciap; Federação da Agricultura do Estado do Paraná – Faep e Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná – Fiep.

Segundo o presidente da Faciap, Jefferson Nogaroli, o líder aponta caminhos e tendências, sendo seguido, espontaneamente, por seus liderados. Para ele, o programa é uma grande oportunidade para mudanças de comportamento e postura. “O Programa de Excelência vai oportunizar aos dirigentes das entidades profundas mudanças, o que vai refletir na conduta das instituições, e conseqüentemente, fomentar o progresso das comunidades”, observa.

Projeto-piloto

Um piloto do Programa Sebrae de Excelência em Liderança foi iniciado em setembro passado, envolvendo 20 líderes de 9 entidades da região Oeste do Paraná. Participaram do programa as associações comerciais de Cascavel, Marechal Cândido Rondon, Toledo, Guaíra, São Miguel do Iguaçu, Assis Chateaubriand e Medianeira, além da Associação das Micro e Pequenas Empresas de Cascavel (Amic) e da Coordenadoria das Associações Comerciais da Região Oeste do Paraná (Caciopar).

Para a conclusão do programa, os participantes foram divididos em grupos e tiveram que elaborar projetos aplicativos em 4 áreas, como estruturais – em que foram elaborados planos institucionais para as entidades empresariais fortalecerem suas imagens junto a comunidade – e de serviços, como forma de, por exemplo, aumentar a receita das entidades empresariais e a própria gama de serviços prestados aos associados.

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