Vendedor ganha status e oportunidade

Uma atividade dinâmica, com possibilidades de ótimos ganhos financeiros, sem muita exigência de conhecimento formal. E, por outro lado, com pressão para atingir metas, remuneração instável e necessidade de dedicação até nos fins de semana.

São vantagens e desvantagens da profissão de vendedor, uma das mais antigas de que se tem registro, e que amanhã comemora o seu dia. A função está em alta no Brasil: ganhos médios mensais de R$ 3 mil e procura por cursos, no primeiro semestre deste ano, 30% maior do que no mesmo período do ano passado.

As informações são da consultora do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Adriana Kalinowski, que revela: “O momento é muito bom para a profissão”. Ela também lembra que a atividade está cada vez mais segmentada, e a função não está mais limitada apenas às vendas.

“O perfil hoje é o de vendedor-consultor. Ele não vende só o produto, mas também um serviço personalizado para o cliente”, afirma. Segundo ela, a grande procura por cursos reflete a dinâmica da profissão. E mostra que, independentemente da experiência, atualização ainda é fundamental.

Muitos vendedores mais antigos – até mesmo alguns já aposentados -, por exemplo, têm se matriculado nos cursos do Sebrae. “Eles buscam a diferenciação. Perceberam essa necessidade, até pela experiência e maturidade que têm”, conclui.

Um exemplo disso é a vendedora Terezinha Antunes. Trabalhando na concessionária de veículos Copava há cerca de 30 anos, ela conta que a profissão mudou muito desde que começou – e ela mudou junto. “Não pode ficar parada no tempo”, diz, ressaltando que faz cursos com freqüência.

“As técnicas mudaram bastante. Hoje, você tem que conhecer bem o seu produto e ser extremamente clara com o cliente.” A gerente de Recursos Humanos da concessionária, Marli Credidio, adiciona outra necessidade: uma boa rede de relacionamentos. “Quanto mais relacionada a pessoa for, melhor será a sua atuação”, diz.

Tantas exigências, somadas às temidas – e cada vez mais altas -metas acabam criando algo que faz muitos desistirem da profissão: a pressão excessiva. De acordo com Antunes, só agüenta quem é vendedor nato e gosta realmente do que faz. Kalinowski tem opinião parecida. Para ela, faz parte do perfil do profissional saber suportar tudo isso.

“Tem que ter planejamento pessoal e ser muito disciplinado”, afirma. Quem consegue é recompensado: “O vendedor tem autonomia, liberdade nos horários e ganha a partir da sua produtividade”, diz.