O resultado do varejo em novembro sinaliza para um nível recorde no volume de vendas do comércio brasileiro em 2010. Embora tenha ressaltado que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não faz projeções, o economista da Coordenação de Serviços e Comércio do instituto, Nilo Lopes Macedo, comentou hoje que o comércio brasileiro nunca encerrou um ano com alta de dois dígitos em seu volume de vendas, na variação anual. No entanto, até novembro do ano passado, as vendas do comércio varejista já acumulam aumento de 11% em 2010.

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“Não estou fazendo estimativas, mas pela lógica dos números, para que o desempenho do ano passado seja inferior a dois dígitos, o desempenho de dezembro teria de ser muito pequeno”, disse. Ele acrescentou que o último mês de cada ano, historicamente, quase sempre apresenta bom desempenho nas vendas, devido às compras de Natal.

No acumulado de 2010 até novembro, as vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo foram destaque, entre as contribuições que ajudaram o desempenho positivo no período. Entre janeiro e novembro do ano passado, o volume de vendas neste segmento registra alta de 9,3%.

Desaceleração

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O crescimento de 5,6% nas vendas de hipermercados, supermercados e produtos alimentícios em novembro ante igual mês de 2009 foi o menor, neste tipo de comparação, desde abril de 2010, quando as vendas no segmento, dentro do comércio varejista nacional, subiram 5,5%.

Segundo Macedo, a desaceleração no ritmo de vendas no segmento foi influenciada por inflação mais intensa dos alimentos ao longo de 2010, principalmente a partir do segundo semestre do ano passado. “Pelo que podemos perceber em relação a outros indicadores de inflação, e pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), os preços dos alimentos subiram muito de preço, principalmente carnes. O consumo de carnes deve ter diminuído muito”, afirmou o especialista, acrescentando que este cenário de alimentos mais caros, com especial destaque para carnes, deve ter contribuído muito para o menor ritmo no avanço do volume de vendas, neste segmento.

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