Vendas não crescem mas shoppings vão investir

Rio

(AG) – Os administradores dos três principais shopping centers do Rio e destacados entre os dez primeiros do país – Rio Sul, BarraShopping e NorteShopping -anunciam crescimentos de 2% a 8% este ano (até maio). Em contraposição, a Associação de Lojistas dos Shopping Centers (Aloserj) registra a queda de 1,85% no movimento. No meio da controvérsia, o coordenador do MBA de varejo da Fundação Getúlio Vargas, Ulisses Reis, bate o martelo com a estimativa de redução 2% nas vendas dos shoppings no ano

– O primeiro semestre não foi bom para o comércio -admite Reis, também diretor da consultoria Treinasse.

Levando em conta que o Natal surpreendeu os lojistas, ele avaliou que o consumidor já entrou comprometido nos primeiros meses do ano. Como reflexo ele calcula que o faturamento de todo o comércio caiu de 4% a 8% no primeiro semestre sobre o de 2001.

– Até o clima de violência contribui para a queda nas vendas, mas os shoppings vêm buscando produtividade e, por isto, perdendo menos. Os prejuízos são maiores nas lojas de rua – avalia ele.

A controvérsia pode ter uma explicação: de um lado estão os administradores que contam com os ganhos no estacionamento e com as novas lojas de serviço, que atraem público. De outro, os lojistas de roupas, e acessórios, que concentram 60% do mix do shopping, e sofrem mais de perto os problemas da economia no país.

– A alta do dólar e o medo do desemprego estão retraindo o consumidor – afirma Gilberto Catran, secretário-executivo da Aloserj, que registrou queda de 3,6% nas vendas em maio em pesquisa feita com 1.232 lojistas do Rio.

O consultor Ulisses Reis explica que o custo dos lojistas de shoppings é mais alto pelo peso dos aluguéis e das promoções. Estão com bom desempenho, os mais eficientes nos serviços e no corte de custos.

O NorteShopping está neste grupo e comemora o faturamento 8,6% maior. Desde 1998 dobrou o número de lojas de serviços. A lista inclui entre outros, Policia Federal (passaporte), Detran e colégio. Já o Rio Sul investe em serviços diferentes, como o de check – in para os usuários da ponte aérea.

– A compra de passagem me traz aqui toda a semana. E acabo levando uma coisinha. -diz o consumidor Antônio de Oliveira.

Para o consultor de empresas Adão de Souza, os shoppings vivem uma fase peculiar porque a classe média está sobrecarregada com os gastos de celular, TV a cabo, internet etc.

– Num cálculo pessimista, estes novos serviços somam R$ 150. É um custo fixo a mais para o consumidor e leva ao corte nas compras – frisou.

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