Vendas de Páscoa foram maiores que o esperado

A venda de produtos de Páscoa este ano aumentou 8,07% em relação ao ano passado, superando a expectativa de alta de 6%. A informação é da Associação Comercial do Paraná (ACP), que mede a quantidade de vendas conforme o número de consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). Entre os dias 5 e 11 de abril, foram realizadas 49.579 consultas ao sistema, enquanto no ano passado foram 45.878. A pesquisa foi realizada em Curitiba, Região Metropolitana e litoral.

De acordo com o vice-presidente de Serviços da ACP, Elcio Ribeiro, o bom resultado confirmou a pesquisa realizada pela associação há dois meses. “Já havíamos dito que o consumidor estaria comprando produtos menores, mas em quantidade maior. De fato, as embalagens menores acabaram na quarta e quinta-feiras”, afirmou. Os números traduzem apenas o número de vendas a prazo. No pagamento à vista, não há como medir o desempenho. “Temos que lembrar que a Páscoa este ano foi logo depois do quinto dia útil do mês. Portanto, muitos receberam o salário e pagaram à vista.” O valor gasto em média, segundo Ribeiro, foi de R$ 35,00 a R$ 40,00 por pessoa.

Para o vice-presidente, o bom desempenho das vendas na Páscoa funciona como uma espécie de balizador para o Dia das Mães. “É um sinal de que as vendas nas datas festivas devem melhorar este ano. Os consumidores estão muito conscientes e sabem o que comprar e como pagar. Isso é importante”, analisou.

Otimismo

O economista Vanberto Santana, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) também vê com otimismo o crescimento de vendas de ovos de chocolate e bombons. “O comércio, que vinha apresentando desempenho negativo em janeiro e fevereiro, conseguiu um crescimento importante na semana da Páscoa, especialmente na quinta e no sábado, quando o volume de vendas ficou bem acima do previsto”, afirmou. Segundo ele, alguns estabelecimentos chegaram a anunciar o aumento de 30% acima do previsto.

Sobre os produtos mais vendidos – tamanhos maiores ou menores -, Santana afirmou que a regra que imperou foi a do preço com desconto. “Quem não reduziu os preços ou as lojas em que os consumidores não identificaram a intenção em vender mais barato ficaram com produtos em estoque”, afirmou.

Nesses estabelecimentos, é possível que o consumidor encontre essa semana ovos de chocolate pela metade do preço, aposta Santana. “Boa parte dos produtos que restaram está quebrada ou amassada. Aquele que não comprou chocolate com receio do preço, ou outro motivo qualquer, pode aproveitar os preços de ocasião”, diz. A queima de estoque acaba sendo a única alternativa para muitos lojistas, uma vez que a devolução do produtos aos fabricantes tem de ser tratada antes.

Para o economista, a maioria dos consumidores utilizou os recursos disponíveis e não recorreu ao crediário. “Como com R$ 30,00 ou R$ 40,00 era possível comprar três ou quatro ovos, as pessoas foram cuidadosas e procuraram não assumir compromissos financeiros que causassem ônus posteriores.” Esse ano, os ovos chegaram a aumentar de 15% a 20%, conforme a marca. “Foi um aumento significativo, que fez com que as vendas aumentassem em valor monetário, mas diminuíssem em toneladas vendidas”, arrematou.

Voltar ao topo