Vendas de Natal superam as previsões dos lojistas

As vendas desse Natal ultrapassaram as expectativas dos comerciantes. Em Curitiba e Região Metropolitana, as vendas a prazo de 16 a 24 de dezembro foram 6,38% maiores que em igual período de 2001, segundo dados da ACP (Associação Comercial do Paraná). A entidade projetava aumento de 3 a 4%. Nos shopping centers da capital paranaense, os resultados também ficaram acima das previsões, com incremento médio de 15% em relação ao Natal do ano passado.

“Quando fizemos a pesquisa junto aos lojistas, no final de setembro e começo de outubro, havia muitas indefinições por causa das eleições e do dólar”, destacou Élcio Ribeiro, vice-presidente de Serviços da ACP. Com a queda da inadimplência na Grande Curitiba (2,34% em novembro) e o cenário de relativa estabilidade econômica vislumbrado para 2003, a população gastou até mais do que se esperava. Ao invés dos R$ 40 por presente que a pesquisa da ACP apontava, o valor médio foi de R$ 60.

Os dias de maior movimento no comércio local foram sexta (20), sábado (21) e domingo (22), quando o volume de consultas ao SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) – usado pela ACP como indicador de vendas a prazo – registrou incremento de 12% em relação ao mesmo final de semana do ano passado. Porém no Videocheque, houve redução de 8,27% nas consultas de 16 a 24 de dezembro, comparadas ao mesmo período de 2001. Por isso, as consultas globais tiveram ligeiro aumento, de 0,04% em relação ao Natal passado.

“Com a saída do décimo terceiro até o dia 20, que caiu na sexta-feira, muitas pessoas compraram presentes com dinheiro, por isso a diminuição da venda em cheques”, assinalou Ribeiro, lembrando que, em função da entrada dos recursos do FGTS, muitas pessoas anteciparam as compras para novembro. No ano passado, as vendas de Natal no crediário cresceram 3,24% em relação a 2000, considerado o melhor ano do Plano Real. No Videocheque, houve expansão de 4,32%.

No Shopping Crystal, até o dia 23 as vendas de Natal ultrapassaram a casa de 15%. “Foi o melhor Natal dos seis anos do shopping”, avaliou a gerente de marketing Lylian Vargas, que esperava acréscimo de 10 a 12%. “Desde a hora que o futuro presidente começou a colocar pessoas expressivas e competentes em cargos fundamentais, aliviou a preocupação das pessoas”, justificou. Já no Shopping Curitiba, as vendas foram 15% maiores que no Natal passado, confirmando a expectativa da administração.

Brasil

No País, as vendas a prazo aumentaram 18,6% no período de 18 a 24 de dezembro, em relação ao mesmo período de 2001, conforme dados da Serasa. Como as vendas à vista e com cheques pré-datados cresceram 2,6%, as vendas totais tiveram alta de 2,8%. De acordo com a Serasa, o Natal de 2002 teve uma evolução razoável, mas que não é suficiente para reverter o desempenho negativo anual do comércio. Segundo a Serasa, a facilidade do crédito alavancou as aquisições de produtos de maior valor agregado, como DVD?s e celulares. Além disso, o sentimento de maior confiança do consumidor na economia permitiu que ele assumisse novos compromissos.

Trocas movimentaram o comércio

Rosângela Oliveira

Ontem foi o “dia da loucura” no comércio. Depois das compras de Natal, era chegado o dia das trocas. Roupas, calçados, CDs e livros geralmente são os objetos mais trocados. Um grande número de consumidores foi trocar o presente que não serviu ou não agradou totalmente.

“Muita gente deixa para comprar na última hora e acaba não encontrando os tamanhos certos. O resultado é um movimento de presenteados na loja, no dia seguinte”, diz a gerente da Osklen, Graziela Fuzzo. O gerente da loja de sapatos Happy Walk, no centro de Curitiba, Ermanir Cembrani, disse que o primeiro cliente que atendeu, ontem pela manhã, queria trocar um presente. “Eles normalmente trocam o tamanho, e se não encontrarem opção, o modelo”, afirmou. A gerente da loja Sofia, Agnes Kim também registrou um movimento grande de clientes que vieram trocar peças. “Só no início da manhã foram cerca de sete pessoas”, comentou. Ela acredita que o movimento na loja será maior até amanhã, já que muitas pessoas aproveitarão o fim de semana para viajar. É o que pretende a estudante Fabiana Ferreira Rocha, que aproveitou a manhã de ontem para trocar duas blusas que ganhou no Natal. Ela disse que viajará nas férias e não teria tempo depois para escolher outros produtos.

Mais vendas

Outra modalidade que deve movimentar o setor são os produtos de vale-presente. A gerente da livraria Saraiva, Silvia Jorge explica que para não ter erro na hora da escolha, muitos clientes optam pelo vale, quando o presenteado pode escolher um produto da sua preferência, dentro de um limite estabelecido. Mas muitos acabam pagando a diferença. A tranqüilidade do comércio depois de passado a euforia do Natal, também atraiu muitos consumidores às lojas. A comerciante Lilian Amaral deixou para fazer as compras de final de ano só agora. “Tenho uma padaria e,como não podia fechar o estabelecimento, resolvi deixar tudo para depois do Natal” disse, garantindo que não se arrependeu, pois o movimento nas lojas estava mais calmo.

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