Vendas aquecidas ajudam otimismo no setor de serviços

A taxa positiva do Índice de Confiança de Serviços (ICS), que avançou 0,3% em dezembro ante novembro, foi ajudado pelo aquecimento histórico de vendas e de negócios. Até dezembro, o ICS estava em queda há três meses consecutivos, segundo dados divulgados hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Na avaliação de Silvio Sales, economista da FGV, é possível afirmar que o comportamento do mercado interno em dezembro – que sempre conta com aumento de compras associadas ao Natal, e de pagamento de benefícios como o 13º salário – influenciou a mudança de trajetória do indicador.

“O setor de serviços é muito ligado à demanda do mercado interno. Quando o mercado interno está aquecido, o setor de serviços reage, e a confiança também”, explicou Sales. Ele comentou ainda que o ICS em 2010 subiu 16,2% contra 2009 – sendo que este último ano não conta com taxa de variação ante ano anterior, visto que a série referente a 2008 foi iniciada em junho. Na comparação com o quarto trimestre de 2009, o ICS mostrou alta de 3,1% no quarto trimestre de 2010.

PIB

Na avaliação de Sales, a variação do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre de 2010 ante o período anterior pode apresentar um resultado próximo ao registrado no terceiro trimestre, na mesma base de comparação, quando mostrou taxa positiva de 0,5%.

O especialista observou que o setor de serviços no País representa em torno de 60% do total do PIB. O ICS normalmente capta metade do desempenho do setor de serviços no Brasil, e a curva do indicador tem se mostrado muito próxima à evolução do PIB nos últimos trimestres, de acordo com Sales.

No quarto trimestre de 2010, o ICS caiu 0,3% na comparação com o terceiro trimestre. Além disso, o ICS também mostrou variação negativa de 0,3% no terceiro trimestre, ante o segundo trimestre. “Caso a evolução do PIB se mantenha ‘colada’ à evolução do ICS, como foi verificado nos últimos trimestres, podemos dizer que o desempenho do PIB pode mostrar taxa próxima a 0,5% na margem, de novo, no quarto trimestre, ante trimestre imediatamente anterior”, concluiu o especialista.

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