Venda no varejo ainda não mostra efeito da crise

Os dados do comércio varejista de setembro mostram que “não há ainda nenhum efeito da crise” sobre os resultados do setor, segundo observou o técnico da coordenação de serviços e comércio do IBGE, Reinaldo Pereira, em entrevista sobre os resultados. Segundo ele, o varejo prosseguiu na trajetória de forte expansão impulsionado pelo aumento da renda e da massa salarial e pela disponibilidade de crédito. De acordo com ele, só não houve um crescimento ainda maior nas vendas em setembro por causa do desempenho “tímido” nas vendas de hiper e supermercados, segmento com maior peso (cerca de 30%) na pesquisa.

Pereira avalia também que a alta dos juros ocorrida entre abril e setembro também não mostra, ainda, efeitos sobre o desempenho do comércio varejista. Segundo ele, é difícil avaliar qual será o impacto da crise sobre o setor nos próximos meses, porque as medidas de estímulo ao consumo que estão sendo tomadas pelo governo poderão evitar um impacto maior sobre as vendas. “Os estímulos ao mercado interno têm um efeito direto na nossa pesquisa”, explicou.

Pereira disse ainda que a proximidade do Natal e o pagamento do 13º salário poderão evitar um impacto maior da crise sobre o comércio varejista até o final deste ano, mas disse que é preciso esperar os resultados de outubro para avaliar com maior precisão a tendência de desempenho do setor.

A atividade que registrou maior crescimento nas vendas do comércio varejista em setembro ante agosto foi equipamentos e materiais de informática (6,9%), que foi também o principal destaque na comparação com setembro do ano passado (50,6%). Todas as dez atividades do varejo pesquisadas pelo IBGE mostraram resultados positivos em todas as bases de comparação em setembro.

A principal influência de alta para o crescimento de 9,4% nas vendas ante setembro de 2007 foi dada por móveis e eletrodomésticos cujas vendas aumentara 21,3% e contribuíram com 3,3 pontos percentuais ou 35% do crescimento total do varejo no período. A atividade de hiper, supermercados, produtos alimentícios e bebidas, que tem o maior peso na pesquisa, registrou aumento nas vendas de 0,6% em setembro ante agosto e de 1,4% ante setembro de 2007.