Venda de carros novos é a menor em nove anos

São Paulo

– O pior abril desde a implantação do Plano Real, em 1994. Assim foi definido o mês passado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que registrou queda de 21,9% nas vendas de veículos nacionais e importados em relação a abril de 2002.

De acordo com a Anfavea, os emplacamentos do mês passado somaram 108,5 mil veículos – a associação usa os números fornecidos pelos departamentos de trânsito para computar as vendas -, ficando atrás somente dos registrados em abril de 1994 (98,1 mil unidades) – antes, portanto, da implantação do Plano Real, em julho daquele ano. Na comparação com março de 2003, houve aumento de 5,8% nos licenciamentos.

“Abril é geralmente um bom mês de vendas, mas neste ano isso não ocorreu”, comentou o presidente da Anfavea, Ricardo Carvalho. Em sua opinião, a melhora de alguns indicadores da economia, como o aumento dos índices de confiança no País e os sinais de queda na inflação, ainda não foi percebida pelo consumidor, que continua afastado das concessionárias de veículos. “Acho que o mercado vai começar a reagir quando os juros caírem”, prevê o executivo.

Enquanto isso, a indústria vai se salvando com as exportações. No primeiro quadrimestre do ano, a produção das montadoras cresceu 4,3%, e o mercado interno recuou 7,2% em relação ao mesmo período de 2002. O que sustentou o setor foram as encomendas externas. As remessas das empresas subiram 37,3% no período, para US$ 1,491 bilhão. “A produção caminha com o esforço da exportação”, ressaltou Carvalho.

Diante da estagnação nas vendas internas, as fábricas e concessionárias não conseguiram desovar seus estoques, que aumentaram no mês passado. Segundo a Anfavea, no final de abril havia 158,5 mil veículos nos pátios da indústria e da rede de revendedores, o equivalente a 45 dias de vendas. No final de março, o estoque era menor: 152,2 mil veículos para 44 dias de comercialização.

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