Em um texto publicado em seu blog, o ministro das Finanças da Grécia, Yannis Varoufakis, justifica sua defesa do voto pelo “não” no plebiscito que o país deve realizar no domingo. Os eleitores devem se posicionar sobre se apoiam ou não as medidas exigidas pelos credores para conceder mais ajuda financeira aos gregos.

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Varoufakis afirma que as negociações ficaram paralisadas porque os credores se recusaram a reduzir “nossa impagável dívida pública” e insistem que ela deve ser saldada em detrimento dos membros mais fracos da sociedade grega, “nossas crianças e seus netos”.

O ministro grego diz que o Fundo Monetário Internacional (FMI), o governo dos Estados Unidos e vários outros pelo mundo, além da maioria dos economistas independentes, acreditam que a dívida precisa ser reestruturada, a mesma posição do governo grego. Segundo ele, o grupo de ministros da zona do euro (Eurogrupo) já havia admitido em novembro de 2012 que era preciso fazer isso, mas agora se recusa a assumir esse compromisso.

Segundo ele, desde o anúncio do plebiscito, autoridades da Europa sinalizaram que estão prontas para discutir a reestruturação da dívida. Na avaliação do ministro, isso sinaliza que essas próprias autoridades votariam “não” na sua própria “oferta ‘final'”.

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Varoufakis afirma que a Grécia vai continuar no euro e que os depósitos nos bancos do país estão em segurança. “Os credores optaram pela estratégia da chantagem baseados no fechamento dos bancos. O atual impasse se deve a essa escolha pelos credores”, diz, e não ao fato de Atenas ter parado de negociar ou supostamente ponderar a saída do euro e a desvalorização cambial. “O lugar da Grécia na zona do euro e na União Europeia não é negociável.”

Na avaliação de Varoufakis, o futuro exige “uma Grécia orgulhosa e no coração da Europa”. Segundo ele, com o poder investido pelo voto “não”, o governo renegociará a dívida pública grega, bem como a distribuição dos custos para o ajuste para aqueles que podem arcar com eles. (Gabriel Bueno da Costa)

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