Por determinação do Ministério da Fazenda, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) vai zerar a Tarifa Externa Comum (TEC) incidente sobre a importação de trigo importado pelo Brasil de países de fora do Mercosul, o bloco aduaneiro do qual também fazem parte Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela.

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A decisão foi tomada nesta quarta-feira, 18, conforme apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, por meio de consulta eletrônica extraordinária a pedido da Fazenda aos ministros que compõem a Câmara. A tarifa de 10% será retirada para compra de 1 milhão de toneladas do cereal de sexta-feira ao dia 15 de agosto. A medida deve ser oficializada na edição de sexta-feira do Diário Oficial da União.

Em maio, o cenário observado pela Camex era de preços estáveis no mercado interno. Mas dificuldades da Argentina de fazer o suprimento de trigo ao Brasil elevou a importação do produto norte-americano, aumentando os custos para a indústria moageira nacional. O balanço até agora é de que o Mercosul exportou de janeiro a maio 1,5 milhão de toneladas de trigo para o Brasil.

No mesmo período do ano passado o bloco vendeu 2,7 milhões de toneladas ao Brasil, com forte participação da Argentina. Na contramão desse movimento, a importação de trigo dos Estados Unidos saltou de 225 mil toneladas para 945 mil toneladas no mesmo período de comparação.

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Fontes do governo contaram há cerca de um mês ao Broadcast que a posição interna do mercado era confortável e não seria necessária a redução da TEC do trigo. Mas, segundo fontes, o Ministério da Fazenda, preocupado com o impacto do preço do produto na inflação, pressionou pela mudança, contrariando orientação do Ministério da Agricultura, que sinalizava oferta com a entrada da safra brasileira, a partir de julho.