Uma das principais bandeiras de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, encampada pela atual presidente, Dilma Rousseff, a polêmica obra de transposição do Rio São Francisco pode ter seu custo ampliado em 40%, dos R$ 5 bilhões previstos, para R$ 7 bilhões. A obra, iniciada em 2007, tinha 2010 como primeiro prazo para ser finalizada, mas a primeira etapa só deve ser entregue no final de 2012.
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, confirmou nesta segunda-feira (14) o possível aumento nos valores da obra, diante dos aditivos contratuais solicitados, mas considerou cedo para uma previsão sobre o custo final. “Se todos os pedidos de aditivos a preços contratuais fossem atendidos, a obra poderia ter essa correção. Mas é muito cedo para se falar em valores”, explicou Coelho, durante visita a Araraquara (SP).
O ministro explicou que uma comissão foi criada dentro da Pasta para que os pedidos de aditivos contratuais fossem avaliados. O prazo para uma posição sobre o provável custo final da transposição do São Francisco é o final de março, de acordo com ele.
Coelho avaliou que não há um atraso na obra, apesar de uma diferença de dois anos entre os prazo previsto inicialmente para a entrega e o atual. “É uma obra grandiosa e não diria que exista atraso, pois a complexidade de implantação demora até mais do que o previsto”, explicou. Segundo ele, a primeira parte da obra – o chamado eixo Leste, do Lago de Itaparica, em Pernambuco, até a Paraíba – deve ser concluído no final de 2012. O trecho tem 220 quilômetros.
“Já o eixo Norte (de canais da transposição do São Francisco), de Cabrobó (PE) em direção ao Ceará e ao Rio Grande do Norte, deve concluído até o final de 2013”, previu o ministro. Esse trecho tem 402 quilômetros de extensão. O custo estimado com as obras até agora soma R$ 2 bilhões.
Reestruturação
O ministro da Integração Nacional afirmou ainda, durante visita a Araraquara, que o decreto presidencial com a reestruturação da Pasta deverá ser publicado até a próxima semana. A previsão é que a presidente Dilma Rousseff o assine durante a visita ao Nordeste, onde terá reunião com governadores da região, em Aracaju (SE), na próxima segunda-feira (dia 21). A reestruturação prevê a extinção, fusão e a criação de algumas secretarias. Entre as que serão criadas, estão a Secretaria Nacional de Irrigação e Secretaria Nacional de Defesa Civil. O orçamento para as duas secretarias deverá vir também de uma reestruturação interna dentro do Ministério da Integração Nacional.