Transporte coletivo vai subir de novo

Nem bem conseguiu se ajustar ao último aumento da tarifa do transporte coletivo, em novembro passado, quando a passagem passou de R$ 1,40 para R$ 1,50, o cidadão curitibano terá que enfrentar novo reajuste a partir do mês de fevereiro, segundo informa a Urbs – empresa gerenciadora do transporte coletivo da capital. O diretor de transporte Euclides Rovani, justifica o reajuste – o preço da passagem deve passar a R$ 1,70 -com o aumento, recente, do diesel, e de outro aumento, que vai acontecer em fevereiro: o dos salários de motoristas e cobradores.

Ao usuário do transporte coletivo, cabe apenas reclamar. É o caso do comerciante Luís Antônio Turman, que junto com a família, gasta mensalmente R$ 450 em transporte coletivo. “Sobe tudo, menos o salário da gente”, diz ele, acrescentando: “Acho absurdo qualquer aumento que ocorra sem que haja reajuste salarial. O poder de compra da população está cada vez menor, afetando diretamente o comércio.”

Valéria do Nascimento chegou a pouco tempo de Cambará, no Norte do Estado, e está desempregada. Diariamente, ela pega ônibus de Pinhais, onde mora, para Curitiba, onde procura emprego. Na capital, realiza todos os seus trajetos a pé para fazer economia. “O preço atual da tarifa, R$ 1,50, já pesa bastante no bolso, principalmente para quem, como eu, está sem emprego e depende do transporte coletivo”, afirma. “Aqui em Curitiba, ando muito a pé para só gastar o mínimo necessário com ônibus. Se a tarifa subir, as coisas vão ficar mais complicadas ainda”, conclui.

O publicitário Élio Brante Filho concorda. Diariamente, em época de aulas, seu filho depende do transporte coletivo para ir à escola. “Já acho o preço da tarifa muito salgado”, reclama. “O aumento vai ser mais uma coisa a pesar no bolso dos curitibanos. Ultimamente, estou achando que compensa mais tirar o carro da garagem do que pegar ônibus. Dependendo do número de pessoas que você leve dentro do veículo, sai mais barato do que utilizar o transporte coletivo.”

O aumento da tarifa está dependendo das negociações entre a Urbs e os motoristas e cobradores, que almejam um reajuste salarial de 15%. No ano passado, o valor do transporte coletivo foi reajustado três vezes. Na última, no mês de novembro, de R$ 1,40 para R$ 1,50. Se nas próximas semanas a tarifa subir para R$ 1,70, o aumento vai ser de 13,33%

Dieese

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Paraná (Dieese-PR), entre os fatores que contribuem para que o aumento da tarifa ocorra, além do aumento do valor do diesel e dos salários de motoristas e cobradores, está a diminuição de cerca de 30% do Índice de Passageiro por Quilômetro Rodado (IPK), verificado no decorrer do Plano Real. Desde o início do plano, a passagem em Curitiba já aumentou 325%, sendo que a inflação do período é de 150%. Na opinião do supervisor técnico do órgão, Cid Cordeiro, a tarifa sobe acima da renda do trabalhador.

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