Trabalhadores reivindicam aumento real

Ao contrário dos últimos anos, além da reposição das perdas salariais nos 12 meses anteriores, as categorias com datas-base neste semestre estão reivindicando também aumento real (acima da inflação). Duas das principais categorias que têm data-base em setembro, com negociação em âmbito nacional, já entregaram suas pautas às entidades patronais: petroleiros e bancários.

Os petroleiros querem reajuste pela variação acumulada do Índice de Custo de Vida (ICV), apurada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), entre 1.º de setembro de 2003 e 30 de agosto de 2004, estimada em 8,25%, mais 5% de aumento real . Os bancários, por sua vez, pedem 6,22% de reposição da inflação mais 17,68% de aumento real. Os bancos oferecem apenas 6% de reajuste.

Outras categorias, com datas-base entre agosto e setembro, iniciaram campanha unificada para a recuperação das perdas e aumento real. Os sindicatos e as federações filiados à Força Sindical, representando mais de 2,24 milhões de trabalhadores e 17 categorias, começaram a campanha na semana passada. Eles reivindicam 15% de correção, dos quais 6,5% se referem à projeção acumulada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e 8% ao ganho real. “Esses são os números básicos, mas podemos negociar por setor”, informou o presidente da Força Sindical, João Carlos Gonçalves. Participam da campanha metalúrgicos de São Paulo, químicos, telefônicos, gráficos e trabalhadores dos setores de alimentação e de papel e papelão, entre outros profissionais. Mais 38 categorias, filiadas à Central Única dos Trabalhadores (CUT), também anteciparam o início da campanha salarial.

O supervisor técnico do Dieese, José Silvestre, diz que o cenário é favorável para a reivindicação do aumento real. Segundo ele, a perspectiva de crescimento econômico de 4% para o País este ano e a redução da taxa de desemprego no primeiro semestre fortalecem os sindicatos na negociação.

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