Trabalhadores do Comperj protestam em frente à sede da Petrobras

Cerca de 100 trabalhadores das obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) protestam na manhã desta quinta-feira, 23, em frente à sede da Petrobras. Eles exigem que a estatal assuma a responsabilidade pelo pagamento de salários e benefícios rescisórios para cerca de 2.900 operários da empresa Alumini, que entrou na última terça-feira em recuperação judicial.

Os trabalhadores tentam uma reunião com a Petrobras e ameaçam acampar em frente à sede da estatal caso não haja uma solução. Cerca de 2.500, ainda contratados, estão desde dezembro sem receber salários, e tiveram o plano de saúde cortado pela empresa. Nos alojamentos, em Itaboraí, região metropolitana do Rio, alguns estão ameaçados de despejo.

“A Alumini tinha as contas bloqueadas e por isso não fazia o pagamento. Agora, com a recuperação judicial, as contas foram desbloqueadas e queremos que ela dê prioridade ao pagamento dos trabalhadores. A Petrobras já assumiu as dívidas de outras empresas e pode assumir essa também”, afirmou o diretor do Sintramom, Elton da Silva.

O esquema de segurança na porta da estatal foi reforçado com cinco viaturas da Polícia Militar e cerca de 20 policiais. Também a segurança particular da Petrobras foi reforçada e as grades de acesso ao prédio bloqueadas.

Os trabalhadores portavam cartazes responsabilizando a presidente da estatal, Graça Foster, pela omissão com os operários do Comperj. A previsão do sindicato é que cerca de 2 mil pessoas sejam demitidas das obras em janeiro.

O operário baiano Manuel Nascimento, de 28 anos, era um dos manifestantes. “Temos passado vergonha por conta dessa roubalheira. Levei meu filho ao hospital e fui barrado por que o plano foi cortado e ninguém foi avisado. A carteira de trabalho está assinada e não posso buscar outro emprego. As contas estão chegando e o aluguel está atrasado”, relatou.

Os trabalhadores afirmam que colegas em alojamentos têm passado dificuldades, com luzes cortadas e ameaças de despejo. O sindicato têm fornecido cestas básicas, mas os operários reclamam que os alimentos não são suficientes.

A Petrobras afirma que não é parte das relações trabalhistas entre os operários e a Alumini. A estatal diz ainda que não tem débitos pendentes com a empresa. Já a Alumini alega ter R$ 1,2 bilhão a receber da Petrobras.

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