Os cerca de 430 trabalhadores da Fosfertil (empresa que fornece matéria-prima para a indústria de fertilizantes) entraram em greve ontem à noite. Eles reivindicam aumento real de 5% no salário e a adoção de um plano de méritos que leve em conta o tempo de trabalho dos funcionários. Como a empresa opera por turnos, a intenção era não haver a troca de trabalhadores na noite de ontem.

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Ontem pela manhã, os funcionários da Fosfertil já pensavam em iniciar o movimento, mas voltaram atrás depois que a empresa anunciou uma rodada de negociação na Delegacia Regional do Trabalho (DRT), à tarde. Como não houve avanços na negociação, eles decidiram paralisar as atividades.

De acordo com o coordenador geral do Sindiquímica, Paulo Roberto Fier, pelo menos quatro reuniões já foram realizadas com os patrões. Ele afirma que o Plano de Cargos e Salários que a Fosfertil oferece não funciona. ?Nós só temos o Plano de Cargos na teoria. Muita gente que tem anos de casa não recebe mais benefícios. Conheço pessoas com 18 anos de trabalho que nunca tiveram aumento. Nosso trabalhador é qualificado, trabalha em uma indústria de risco, precisa ser valorizado. A empresa anunciou um lucro de 140% em 2007, com relação a 2006. Com um lucro desses dá para melhorar?, relata Fier. Os salários dos funcionários variam de R$ 800 a R$ 4 mil, dependendo da categoria.

A Fosfertil informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que está oferecendo 6,7% de aumento salarial (sendo 1,92% de aumento real e 4,78% de reposição do INPC). Além disso, a empresa informa ainda que está oferecendo melhorias em alguns benefícios, como auxílio-farmácia, assistência educacional e auxílio-material escolar, além da antecipação de 50% do 13º salário de 2008 neste mês e a extensão da complementação do auxílio-doença em até 24 meses para os empregados aposentados que continuam trabalhando. A Fosfertil se localiza em Araucária, na região metropolitana de Curitiba. Por dia, produz 1.200 toneladas de amônia e duas mil toneladas de uréia.

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