Trabalhadores da Ford em Camaçari, na Bahia, paralisaram a produção na terça-feira, 20, e fizeram uma passeata pela cidade em protesto contra possíveis demissões na unidade que produz os modelos EcoSport e Ka. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, Júlio Bonfim, o complexo industrial pode fechar cerca de 1.400 vagas, de um total de 12 mil trabalhadores.

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Bonfim disse que 500 cortes devem ser feitos na fábrica da Ford, 192 nas autopeças que operam na linha de montagem e outros 700 entre o pessoal que trabalha na empresa de logística DHL.

Em nota, a Ford confirmou a paralisação da produção na terça, mas afirmou que “está em negociação com o sindicato para, de forma conjunta, adequar o nível de produção à demanda do mercado, mas não há nenhuma medida a ser anunciada no momento”.

Bonfim disse que a Ford alega dificuldades com a crise, mas, ao mesmo tempo, informou que deve produzir 198 mil veículos este ano, volume pouco inferior aos 212 mil de 2014 e próximo aos 199 mil de 2013, “quando não havia crise”. Segundo o sindicalista, a fábrica vai operar quatro dias por semana neste mês e no próximo.

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Em setembro, trabalhadores da Ford de São Bernardo do Campo (SP) fizeram greve depois do anúncio de 200 demissões. Após negociações, empresa e funcionários aceitaram aderir ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE) e os cortes foram suspensos.

As montadoras demitiram 10,9 mil trabalhadores este ano e 33 mil estão inscritos no PPE, programa que reduz jornada e salários, com parte do corte sendo bancado pelo FAT. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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