Teto para aposentadoria

São Paulo

– A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical, as duas maiores centrais sindicais do País, defenderam ontem, em reuniões com o ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini, propostas divergentes para o teto das aposentadorias. A CUT defende teto de 20 salários mínimos para o benefício, e a Força 10 salários mínimos. “Essa é a nossa única divergência”, afirmou o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, admitindo que sua entidade converge com a CUT na maioria das propostas para a reforma da Previdência.

Para o presidente da CUT, João Felício, o teto de 20 salários mínimos é fundamental porque atinge 95% dos assalariados brasileiros. Os outros 5% poderiam optar, para complementação, por fundos de pensão públicos ou privados. Mas, se o máximo for 10, boa parte dos trabalhadores será forçada a ir para a previdência privada. “O problema é que os fundos têm pouca história no Brasil, e essa história é marcada por fraudes e escândalos, como os montepios”, justificou o líder sindical.

Na avaliação de Paulinho, o grande problema com o teto de 20 salários mínimos é que dificilmente o governo terá condições de pagar os valores. “Seria ótimo se pudéssemos ter um teto de 20 mínimos para os benefícios, mas não acredito que haveria como”, argumentou.

A CUT qualifica como inegociável sua defesa de que o Brasil passe a ter um sistema único e universal para a Previdência. “Não vamos concordar de forma alguma com a exclusão de alguns setores do sistema único pelo simples fato de terem algumas especificidades que lhes dão direitos que os outros trabalhadores não têm”, destacou o sindicalista. “Está fora de cogitação aceitar que militares e juízes fiquem de fora do sistema único.”

Voltar ao topo