Terceirizados da Renault paralisam atividades

Pouco depois de ter passado por uma greve que durou quase uma semana, a montadora Renault enfrentou, ontem, nova paralisação em sua unidade. Dessa vez, quem cruzou os braços foram os cerca de 800 empregados terceirizados da empresa argentina CSI Cargo Logística, que querem reajuste nos salários e outros benefícios.

Os trabalhadores da empresa fazem a alimentação das linhas de montagem, que ainda não foram afetadas pelo problema. O sindicalista Cláudio Gram, da Força Sindical, explica que os terceirizados da CSI estão insatisfeitos com as diferenças de salários e benefícios em relação ao que recebem os empregados diretos da Renault.

“Eles ganham um terço do que ganha o pessoal da Renault e não recebem Participação nos Lucros e Resultados (PLR). E ainda têm piores condições de trabalho”, diz Gram.

A montadora informa, por sua vez, que apenas a empresa argentina pode negociar com seus trabalhadores. As reivindicações são para um aumento de 10% no salário, abono de R$ 4 mil e mudanças no sistema de vale-mercado.

De acordo com o sindicalista, pela atividade que desempenham, os terceirizados da CSI deveriam ser contratados diretamente pela Renault. Para ele, ao menos por enquanto, a montadora tem condições de acabar com o impasse, pressionando sua contratada a negociar com seus empregados.

PLRs

Ontem, ainda, uma das últimas empresas do setor metal-mecânico que ainda estava parada devido a impasses nas negociações da PLR deste ano, a Brafer, voltou a funcionar normalmente.

Após uma greve de quase uma semana, os cerca de 900 trabalhadores e a companhia, sediada em Araucária, chegaram a um acordo: o benefício será de R$ 3 mil no caso de todas as metas serem atingidas, ou R$ 3,5 mil, se os objetivos forem superados.

A primeira parcela, no valor de R$ 1,8 mil, será paga no final de junho. O restante será depositado em janeiro de 2011. Os dias parados não serão descontados. Agora, na Grande Curitiba, ainda restam pelo menos duas grandes negociações de PLR a serem concluídas: uma delas é na Rodolinea, que fabrica implementos rodoviários na Cidade Industrial de Curitiba (CIC).

Na semana passada, os aproximadamente 350 funcionários da empresa rejeitaram uma proposta de R$ 2 mil para o benefício, e entraram em greve por tempo indeterminado. Uma assembleia dos trabalhadores está marcada para o início da manhã de hoje.

Outro acordo que ainda não foi fechado é o da Case New Holland, também na CIC. A fábrica, porém, continua funcionando normalmente enquanto as negociações acontecem.

A última proposta, recusada pelos cerca de 1,8 mil metalúrgicos da empresa, era de uma PLR de R$ 4,5 mil, com a primeira parcela, de R$ 3 mil, a ser paga este mês.