Diante dos sinais de falta de tração, perda de ímpeto da atividade econômica e retração na confiança, a Tendências Consultoria revisou para baixo sua estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019. A previsão agora é de que a economia brasileira cresça 0,9% neste ano, em ritmo inferior ao registrado em 2017 e 2018, quando foram registradas altas de 1,1%, respectivamente.

continua após a publicidade

“Antes do segundo turno das eleições, tínhamos a expectativa de alta de 2,0% do PIB em 2019. No último mês, porém, resultados consolidados de atividade no primeiro trimestre nos fizeram revisar para 1,6%”, lembra o economista Lucas Souza. “Esta revisão mais recente, por sua vez, se deu não apenas pela retração de 0,2% do PIB do primeiro trimestre na margem, mas também pelo fato de indicadores antecedentes apresentarem um quadro mais desafiador nos próximos meses”, explica.

continua após a publicidade

Souza cita as perspectivas mais fracas de crescimento global. “A guerra comercial entre China e Estados Unidos é um elemento, assim como as dificuldades financeiras na Argentina”, comenta.

continua após a publicidade

“No cenário doméstico, temos postergação da aprovação da reforma da Previdência, que deve passar apenas no fim do ano. Ao mesmo tempo, temos níveis historicamente elevados de incerteza e confiança”, pontua o economista da Tendências. “São questões que geram efeitos sobre a economia, reduzindo a expectativa de investimentos e a evolução da produção industrial.”

Pelos cálculos da Tendências, o PIB brasileiro deverá crescer 0,9% no segundo trimestre, em relação ao mesmo período de 2018. Já o terceiro trimestre deve ter alta de 1,1% na base interanual, enquanto o último quarto do ano pode apresentar expansão de 1,3%. Em termos dessazonalizados, a evolução média do PIB nos próximos três trimestres deverá ser de 0,6% na margem, relata Souza. Para 2020, a expectativa da consultoria é de alta de 2,6% do PIB, com viés de baixa.

A projeção de 0,9% da consultoria para o PIB deste ano está aquém da estimativa mediana citada nesta segunda-feira, 3, na pesquisa Focus do Banco Central (BC), que foi reduzida pela 14ª semana consecutiva, ao passar de 1,23% para 1,13%.