Tecnologia pode ampliar ganhos na cafeicultura

Novas tecnologias, informações de mercado, organização e diversificação nas pequenas propriedades são os assuntos que vão reunir hoje, no distrito São Luiz, em Londrina, na Região Norte, 120 produtores de café. “Queremos conscientizar os produtores sobre a situação do mercado mundial de café, cujos preços praticamente não cobrem os custos de produção”, informa a engenheira agrônoma Marli Alcântara Peres, da Emater, que organiza o evento.

“O pequeno produtor ainda consegue sobreviver da atividade porque utiliza mão-de-obra familiar na colheita, que representa de 30% a 40% do custo de produção; mas, perde na hora da comercialização, porque não possui volume para competir com grandes produtores”, diz Marli. A técnica recomenda a organização dos produtores como saída para reduzir os custos. “Juntos, os agricultores podem comprar insumos a preços menores”.

Em relação à diversificação da pequena propriedade, os agricultores vão discutir a avicultura de corte e o cultivo de árvores, alternativas que vêm garantindo uma renda maior para pequenos produtores. No caso do frango, além do lucro com a venda dos animais, o esterco pode ser aproveitado como adubo na lavoura de café. O plantio de espécies como o pinus e o eucalipto ocupam áreas inaproveitadas nas propriedades e podem representar uma renda anual de cerca de R$ 800 por hectare.

O distrito de São Luiz possui 1,5 mil hectares plantados com café. São 130 produtores, na maioria pequenos, que comercializam sua produção com uma beneficiadora da região. As lavouras são de plantio tradicional e adensado (lavoura com mais plantas por área cultivada). A produtividade alcançada pelos agricultores no ano passado ficou acima da média do Estado, que foi de 12 sacas por hectare no sistema tradicional e de 28 sacas/ha no plantio adensado. Os produtores de São Luiz colheram 15 sacas por hectare sistema tradicional, e 30 sacas por hectare nas lavouras de café adensando.

Projetos

A qualidade da produção de café melhorou com a implantação do programa Café e do projeto Treino e Visita, executados pela Emater, que envolve todo o sistema de cultivo, desde a adubação, controle de pragas e doenças, colheita seletiva e no pano, até secagem e armazenamento do café produzido.

O projeto Treino e Visita é desenvolvido em 40 propriedades da região. Os produtores recebem visitas de técnicos da Emater durante todo o ciclo do café, que vai de agosto a agosto. O projeto foi idealizado para melhorar a produtividade e qualidade do produto colhido nessas propriedades.

O projeto Café, aplicado no Norte e Noroeste do Paraná, visa melhorar a eficiência na produção, capacitar agricultores e superar problemas surgidos entre componentes da cadeia produtiva, como comerciantes e agroempreendedores. No ano passado, os produtores participantes conseguiram uma agregação de renda de R$ 11,90 por saca de café graças à comercialização do produto já beneficiado.

O 9º Encontro de Produtores de Café do Distrito de São Luiz é uma promoção da Emater, Secretaria de Agricultura e do Abastecimento de Londrina, Iapar, Bolsa de Cereais e Mercadorias de Londrina, Centro do Comércio do Café do Norte do Paraná, Cooperativas Integrada e Valcoop, Departamento do Café do Ministério da Agricultura, Sociedade Rural do Paraná e Sindicato Rural de Londrina

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