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Tecnologia para ajudar a produzir mais

O governo do Estado vai investir R$ 12 milhões no projeto Extensão Tecnológica Empresarial de geração de emprego e renda. O objetivo do pacote de ações, lançado ontem em Curitiba, é qualificar a atuação das micros e pequenas empresas paranaenses através de agências de fomento e instituições de ensino superior.

O programa, que faz parte de um projeto de extensão universitária do governo estadual, também visa aproximar a comunidade universitária de pequenos e microempresários dos setores de alimentos, vestuário, turismo, reciclagem, metal mecânica e móveis.

“A maior parte dessa gama de empreendedores não tem acesso a assessorias tecnológicas”, afirma Fernando Gimenez, diretor da fundação Araucária e um dos coordenadores do programa. De acordo com Gimenez, a idéia é difundir o conhecimento da tecnologia no processo produtivo e na parte de gestão dos empreendedores.

Gimenez explica que as instituições de ensino superior podem proporcionar às organizações sociais uma assessoria técnica especializada, o que, segundo ele, pode influenciar diretamente no desempenho das organizações.

“Esse trabalho se constitui em um conjunto de cinco atividades de forma integrada – capacitação, aconselhamento, gestão, acesso aos mercados e padronização”, afirma. Todos os envolvidos das comunidades universitárias envolvidas nos projetos, que terão duração de 15 meses, vão receber bolsa que varia de R$ 300 a R$ 900.

Para o programa, foram selecionados 122 projetos dentre 240 enviados para a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI). Com um orçamento de R$ 100 mil, cada projeto contará com uma equipe multidisciplianr, formada por estudantes de graduação, recém-formados e professores universitários.

Um dos projetos será desenvolvido com produtores de laticínios na região centro-sul do Paraná. A coordenadora do projeto, Vanerli Beloti, conta que, enquanto uma equipe de alunos de veterinários vai orientar sobre os cuidados com os animais para a produção do leite, outro grupo da área teconológica vai acompanhar os produtores na otimização da indústria.

“A intenção é fazer com que haja uma diversificação dos derivados, fazendo com que as comunidades passem a oferecer produtos de maior valor agregado, e obtenham uma maior lucratividade”, afirma.

Além de empresas de pequeno porte, as ações também devem atingir associações, cooperativas e organizações sociais de produtores. É o caso da catadora de papel Maria de Jesus dos Santos Rosa.

Há oito anos, Maria se juntou a mais oito catadores e criou uma associação no município de Bandeirantes, na região norte do Estado. Com o projeto selecionado, a catadora se mostra otimista quanto ao crescimento do volume reciclado pela associação. “Essa é uma oportunidade de crescimento que estamos tendo. Com o auxilio técnico, só precisamos do maquinário para evoluir”, pondera.