Tecnologia, no Brasil, tem preço de 1.º mundo

O Brasil ainda mostra carências muito grandes na busca da inclusão digital, à semelhança do que ocorre no resto da América Latina e do Caribe. O diretor de Desenvolvimento Produtivo e Empresarial da Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (Cepal), João Carlos Ferraz, disse que na região, a relação renda-acesso às novas tecnologias é muito direta.

Ele considerou muito bem vinda a explosão do uso da telefonia celular no Brasil, porque representa aumento do acesso básico da população. Destacou, entretanto, que o problema são os custos dos bens associados a essas novas tecnologias, que são relativamente internacionalizados. Com algumas diferenças, João Carlos Ferraz disse que o preço de um computador é similar em países latinos e desenvolvidos. ?Só que o salário médio nos Estados Unidos e o salário médio brasileiro são diferentes. Então, nós estamos em desvantagem em relação aos países mais desenvolvidos. Por mais que nós gastemos relativamente ao PIB uma percentagem igual à dos países desenvolvidos, quando olhamos os gastos absolutos, nós não temos a renda para comprar esses bens?, declarou.

O grande desafio, segundo o diretor da Cepal, é o fato de que cada vez mais o acesso à internet, à banda larga, é definitivo para as pessoas terem acesso aos bens que a Sociedade da Informação produz. Sublinhou, porém, que o desafio está na renda do cidadão. João Carlos Ferraz disse que a tecnologia de informação e comunicação tem de ser vista como uma ferramenta do desenvolvimento e não como um fim em si mesma. ?Ela pode forçar que o cidadão exija mais do Estado?, afirmou.

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