Tecnologia do óleo de xisto para a Jordânia

A Petrobras assinou Memorando de Entendimento (MOU) com o Ministério de Energia e Recursos Minerais da Jordânia, para a realização de Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica do uso da tecnologia Petrosix no bloco AUG 21, situado no campo de Attarat.

A tecnologia da Petrobras, patenteada como Petrosix, é a única com escala industrial de produção, testada, consolidada e reconhecida mundialmente. A produção média de óleo de xisto da Petrobras em 2006 foi de cerca de 4.200 barris diários, na Unidade de Negócio da Industrialização do Xisto – Six, localizada em São Mateus do Sul, a 140 quilômetros de Curitiba. A usina está posicionada dentro de uma das maiores reservas mundiais desse mineral, a Formação Irati, que abrange os Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Goiás.

Interesse internacional

Serão realizados estudos técnicos e econômicos de alternativas para o aproveitamento comercial do óleo de xisto na Jordânia. Os trabalhos de avaliação têm um prazo previsto de até 24 meses e serão desenvolvidos por um grupo formado por representantes da Área Internacional e do Abastecimento da Petrobras.

O bloco AUG 21 tem 11km2 de área e reservas potenciais de 1,7 bilhão de barris (dados estimados pelo NRA). A espessura da camada de xisto é de aproximadamente 70 metros.

O memorando foi assinado na presença do encarregado de negócios da embaixada brasileira em Amman representando o embaixador Antonio Carlos da Rocha. O gerente-geral de Novos Negócios da Área Internacional no Reino Unido, Demarco Jorge Epifanio, assinou em nome da Petrobras. Também estiveram presentes à cerimônia de assinatura, entre outros, o ministro de Energia e Recursos Minerais da Jordânia, Dr. Khaled Najieb Eslhuraydeh e o diretor do NRA (National Resources Authority), dr. Maher.

Devido aos preços atuais do petróleo no mercado internacional, a exploração de óleo de xisto tomou novo impulso no contexto mundial, motivando países como Jordânia, Marrocos, Estados Unidos e China a manter contatos com a Petrobras visando a parcerias nessa atividade.

A Jordânia tem uma reserva de xisto betuminoso significativa, composta por xistos de boa qualidade, e aparentemente compatível com o uso da tecnologia Petrosix.

Tecnologia Petrosix

O xisto é uma rocha sedimentar que contém querogênio, um complexo orgânico que se decompõe termicamente e produz óleo e gás. Na região de São Mateus do Sul há duas camadas de xisto: uma superior, com 6,4 metros de espessura e 6,4% de teor de óleo, e outra inferior, com 3,2 metros de espessura e teor de óleo de 9,1%. A unidade ocupa uma área de sete milhões de metros quadrados e é considerada uma das mais importantes do mundo na exploração do mineral.

A exploração do xisto pela Petrobras teve início em 1954, no município de Tremembé, Vale do Paraíba (SP). Três anos depois, em 1957, foram realizados os primeiros testes com o xisto da Formação Irati, extraído da jazida de São Mateus do Sul. Em 1959, a diretoria da Petrobras aprovou a construção de uma usina no município de São Mateus do Sul, que começou a operar em 1972. Com a entrada em operação do módulo industrial, em dezembro de 1991, concluiu-se a última etapa de consolidação da tecnologia Petrobras de extração do xisto.

Depois de minerado a céu aberto, o xisto é transportado para um britador, que o reduz a pedras de até oito centímetros. Em seguida, o mineral é levado continuamente por uma correia a um reator cilíndrico vertical – conhecido também como retorta, para ser aquecido a uma temperatura de aproximadamente 500ºC. A partir daí, o mineral libera matéria orgânica em forma de óleo e gás. Em seguida, o xisto passa por outra etapa, desta vez de resfriamento, que resulta na condensação dos vapores de óleo na forma de gotículas, que são transportadas para fora da retorta pelos gases. Essas gotículas, coletadas, constituem o óleo pesado.

Após a retirada do óleo pesado, os gases de xisto passam por outro processo de limpeza para a obtenção do óleo leve. O restante é encaminhado para a unidade de tratamento de gases, onde são produzidos gás combustível e gás liquefeito (GLP), e onde também é feita a recuperação do enxofre. Com a retirada de óleo e gás da rocha, o que sobrou é levado para as cavas da mina para ser recoberto por uma camada de argila e solo vegetal, o que permite a utilização da área para a criação de animais, plantio e urbanização.

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