Os sindicatos dos técnicos do Banco Central farão uma assembleia na tarde desta terça-feira, 16, em frente ao edifício-sede da instituição, em Brasília, para avaliar o primeiro dia de paralisação. Na segunda-feira, 15, os funcionários anunciaram que cruzariam os braços por 48 horas (hoje e a quarta-feira, 17) para se manifestarem a favor da “modernização da carreira” desses trabalhadores.

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Esta é a quarta vez no ano que esses profissionais protestam. Nas duas primeiras, em abril, a duração foi apenas de horas e, em maio, ficaram parados por um dia. Segundo o coordenador do Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Distrito Federal (Sindsep-DF), a paralisação ocorre em todas as praças de atuação do Banco Central, com exceção de Porto Alegre, que ainda não respondeu se vai aderir ao movimento.

Na frente do BC, os sindicatos montaram uma fila com cadeiras de plástico para chamar a atenção dos demais funcionários da autarquia e um carro de som toca sucessos populares em volume elevado. Na fachada do edifício, há cartazes com letreiros “servidores em greve” e também faixas com as seguintes frases: “técnicos do Bacen repudiam a má gestão do dinheiro público e desvio de função” e “modernização da carreira de especialista do Banco Central. Os técnicos do Banco Central exigem respeito. Ministro Tombini respeite os acordos assinados”.

Ontem, ao anunciar a paralisação, o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos do BC (Sintbacen), Willekens Brasil, explicou que o pleito dos trabalhadores é o de que, mesmo para os cargos de técnico, seja exigido curso superior. Ele afirmou que tanto o BC quanto o Ministério do Planejamento assumiram em 2004 e 2008 o compromisso de modernizar esse cargo, que emprega 682 técnicos atualmente.

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Brasil disse que, como não houve resposta prometida pela instituição, agora querem que o presidente da casa, Alexandre Tombini, entre no circuito das negociações. As principais áreas que serão afetadas pela paralisação são a de meio circulante, da segurança e de algumas centrais de atendimento. O sindicalista também informou que o Sintbacen divulgará documento com a denúncia de que o desvio de função gera um gasto desnecessário de R$ 17 milhões. Segundo ele, analistas em fim de carreira têm salário de R$ 20 mil e os técnicos recebem cerca de 43% desse total (R$ 11,4 mil).