Taxa de desemprego na RMC cresceu para 10,2%

A taxa de desemprego na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) aumentou 6,3% de abril para maio, passando de 9,6% para 10,2%. Isso significa que 137 mil pessoas estavam desempregadas no mês passado, conforme a Pesquisa Mensal de Emprego divulgada ontem pelo Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social) e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É o maior índice desde que foi iniciada a nova metodologia da pesquisa, em dezembro de 2002. Até então, a maior variação tinha sido a de março (10%).

O nível de desemprego na RMC foi inferior à média nacional (12,8%) referente às regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador.

O aumento de 0,6% na população ocupada, que passou de 1,201 milhão para 1,208 milhão, não foi suficiente para reverter a saída de 18 mil pessoas da população não economicamente ativa (que não trabalharam nem procuraram emprego no período) – que caiu de 904 mil para 886 mil, surpreendendo os técnicos do Ipardes. Por isso, houve alta de 7% no número de desocupados procurando trabalho. O número de desempregados aumentou em 7 mil, de 128 mil para 137 mil.

A necessidade de complementação de renda familiar foi um dos motivos para essa migração da população não economicamente ativa para a economicamente ativa, explicou a diretora de estatística do Ipardes, Sachiko Araki Lira. Mais da metade dos desocupados que procuraram trabalho em maio (54,8%) estava procurando emprego de 31 dias a 6 meses. Dos desocupados, 47,9% têm entre 15 e 24 anos e 44,9% tem entre 25 e 29 anos. Sachiko acredita que o programa de incentivo à contratação de jovens carentes, anunciado ontem por Lula, contribuirá para melhorar esse quadro.

De acordo com a diretora do Ipardes, até julho existe possibilidade de elevação da taxa de desemprego devido a aspectos sazonais. “No segundo semestre, a tendência é de queda, se não houver nenhum fator novo”, disse.

Setores

Entre os setores pesquisados, o maior número de vagas novas (15 mil) ocorreu em comércio, reparação de veículos automotivos e de objetos pessoais e domésticos e comércio varejista de combustíveis, seguido de serviços domésticos e outros serviços, ambos com 4 mil. Os destaques negativos foram: construção civil, com eliminação de 7 mil vagas, e administração pública, defesa, seguro social, educação, saúde e serviços sociais (-6 mil).

Aumentou 2,1% o total de empregados com carteira, que passou para 593 mil, e caiu 1% o número de sem carteira (196 mil). Houve redução de 0,4% em ocupação por conta própria (242 mil), de 3,7% em empregadores (78 mil) e de 25% em trabalhadores não remunerados (9 mil).

E o salário…

Apesar do aumento na ocupação, a renda continua em queda. O rendimento real médio recebido pelos trabalhadores curitibanos foi o quarto maior entre as regiões pesquisadas pelo IBGE: R$ 783,28, com queda de 2,8% de março para abril deste ano. O mais alto continua o de São Paulo (R$ 983,44) e o menor, o de Salvador (R$ 612,91). “Está acontecendo uma grande participação da mulher no mercado de trabalho, com renda menor, e também uma grande rotatividade”, comentou Sachiko, salientando que essa tendência é nacional.

Voltar ao topo