Taxa de desemprego caiu para 3,77% em dezembro

A taxa de desemprego aberto na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) em dezembro de 2002 foi de 3,77%, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social) e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É o menor índice mensal desde o início da pesquisa, em abril de 99, e inferior aos percentuais de desocupação de novembro de 2002 (4,57%) e de dezembro de 2001 (4,02%). Em 2002, a taxa média de desemprego na RMC foi de 4,9%, contra 5,8% em 2001.

Em dezembro, a População em Idade Ativa (com 15 anos ou mais) aumentou 0,9%, totalizando 1,98 milhão de pessoas. A População Economicamente Ativa (ocupada e desocupada) caiu 1,3%, somando 1,21 milhão de pessoas. Na população ocupada (empregada de modo formal ou informal), houve recuo de 0,4%, passando a 1,17 milhão de pessoas. Já a desocupada diminuiu 17,9% em relação a novembro, de 56 mil para 46 mil pessoas. A População Não Economicamente Ativa (aposentados, donas-de-casa e estudantes) teve incremento de 4,7%, contabilizando 762 mil pessoas. A taxa de atividade, que mostra a proporção de pessoas com 15 anos ou mais inseridas no mercado de trabalho, recuou de 62,87% para 61,53%.

Apenas o setor de construção civil registrou alta do desemprego em dezembro (63,6%), de 3,21% para 5,25%. “A diminuição do desemprego em dezembro é sazonal”, comentou a diretora do Centro Estadual de Estatística, Sachiko Arak Lira. Foram verificadas quedas na indústria de transformação (-24,9%), comércio (-27,5%), serviços (-21,5%) e outras atividades (-23,2%). Em relação à ocupação, foram abertas 2 mil vagas novas no comércio e 2 mil em serviços. Foram fechados 5 mil empregos na indústria, 2 mil na construção e mil em outras atividades.

Apesar da redução na taxa de desemprego, o tempo médio de procura por emprego na RMC aumentou de cinco meses, em dezembro de 2001, para sete meses em dezembro de 2002. “Algumas pessoas podem não ter procurado emprego na última semana de dezembro, mas estão desempregadas há dois ou três meses”, apontou Sachiko.

A PME mostrou crescimento de 2,1% no número de empregados com carteira assinada. Com o acréscimo de 12 mil pessoas, o total passou para 596 mil. Houve decréscimo de 0,8% na quantidade de empregados sem carteira, que somaram 242 mil (2 mil a menos que em novembro). Também houve redução de 9 mil empregos por conta própria (-3,3%) e de 3 mil empregadores (-4,9%), que totalizaram, respectivamente, 262 mil e 58 mil pessoas.

O rendimento médio real dos ocupados teve ligeira alta em novembro do ano passado, comparado a outubro: de 0,2%, passando de R$ 758,61 para R$ 759,91 (3,8 salários mínimos). Porém esse valor é 10,5% inferior ao recebido em novembro de 2001 (R$ 849,00). “Algumas categorias não estão tendo a reposição integral da inflação”, destacou Sachiko. (Olavo Pesch)

Novo método aumenta percentual

O Ipardes divulgou ontem, pela primeira vez, os resultados da nova metodologia da PME, acompanhando as mudanças já adotadas pelo IBGE em outras regiões metropolitanas. Com a alteração nos critérios de pesquisa, a taxa de desemprego na RMC em dezembro foi de 6,4%, 70% maior que o da pesquisa antiga. “A tendência de aumento na taxa de desemprego se deve mais ao aumento do tempo de procura, de 7 para 30 dias”, explicou a diretora do Centro Estadual de Estatística, Sachiko Arak Lira. Isso significa que havia 84 mil desempregados em dezembro, ao invés de 46 mil.

A redução do limite de idade para pessoas ativas, de 15 para 10 anos, e a inclusão de seis municípios na base geográfica da RMC resultaram em acréscimo de 11% na população em idade ativa, que passou para 2,2 milhões. A População Economicamente Ativa aumentou 8%, chegando a 1,31 milhão de pessoas. O número de ocupados teve elevação de 5%, somando 1,23 milhão de pessoas. A Não Economicamente Ativa cresceu 17% com a nova sistemática, totalizando 887 mil. A taxa de atividade caiu 3%, para 59,7%. A partir da pesquisa de janeiro, serão divulgados somente os dados com a nova metodologia. (OP)

Paraná criou 58,5 mil novas vagas em 2002

O Paraná criou 58.589 empregos com carteira assinada em 2002, o que representa um crescimento de 4,17% em relação a 2001, conforme dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Foi o quarto maior volume de empregos entre os estados brasileiros, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em termos percentuais, o Paraná ficou em 13.º lugar, acima da média nacional de 3,59%.

Este resultado foi influenciado principalmente pelo bom desempenho observado no interior do Estado, que apresentou alta de 5,01%, com geração de 49.441 empregos (77,8% do total). Na RMC, houve incremento de 2,21%, com abertura de 13.021 postos de trabalho. Isso significa que o Estado terminou o ano passado com 1,462 milhão de trabalhadores no mercado formal.

Na avaliação do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), o desempenho do mercado de trabalho está se dando em alguns setores que foram beneficiados pela desvalorização do real (indústria da alimentação e vestuário), ampliação dos serviços (comunicação, saúde, ensino e hotéis), e pelo desempenho da economia (serviços gerais e comércio varejista), acompanhada do aumento da formalização da mão-de-obra em alguns setores.

Na indústria, o crescimento do emprego em 2002 foi puxado pelos setores têxtil e vestuário (5.719), alimentação (4.485), madeira e mobiliário (4.264) e química (2.270). No ramo de serviços, os destaques foram: hotéis e restaurantes (4.308), ensino (4.068), saúde (3.563), transporte e comunicação (1.616) e serviços gerais (1.181). Já no segmento de comércio, foram gerados 18.908 postos de trabalho no varejo e 2.966 no atacado. As maiores quedas ocorreram na agricultura (-1.376 empregos) e instituições financeiras (-763).

Em dezembro, o nível de emprego formal no Paraná registrou queda de 1,61%, correspondendo à perda de 24.691 vagas. De acordo com os técnicos do Dieese, trata-se de um movimento sazonal puxado pela entressafra de alguns produtos agrícolas no interior do estado e as demissões nos setores de serviços e indústria de transformação na RMC. Foi a segunda variação negativa do ano. (OP)

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