Tasso diz que Petrobras está atrasando pagamento a fornecedor

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse que obteve informações de que a Petrobras estaria atrasando pagamento a fornecedores e que isso estaria acontecendo nos últimos 30 dias. Tasso foi responsável nesta quarta-feira (26) pela denúncia de que a estatal petrolífera tomou um empréstimo de R$ 2 bilhões junto à Caixa Econômica Federal. “Essas informações começam a bater, o que mostrou que a Petrobras está com problemas de liquidez e crédito e não consegue resolver com os financiamentos tradicionais”, disse o senador.

Ele disse que a retirada do limite de R$ 8 bilhões, determinado ontem pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), à Petrobras foi feita após a concessão de empréstimo pela Caixa. “O empréstimo não estava autorizado pelo CMN. Estava acima do limite”, afirmou. Segundo ele, por isso é necessário ouvir o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, e os da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e da Caixa, Maria Fernando Ramos Coelho.

Tasso ressaltou que o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) disse que o empréstimo foi uma substituição às linhas internacionais e rebateu: “Pode até estar substituindo, mas mostra que a companhia está com problema de crédito”.

O senador tucano relembrou que a Caixa é uma instituição com finalidades específicas, como financiamento para obras de habitação e saneamento e destacou que o financiamento à Petrobras não se enquadraria nesses critérios. Além disso, ele ponderou que R$ 2 bilhões é uma quantia muito alta. “Somando todos os devedores da Caixa, não dá R$ 2 bilhões.”

Jereissati disse que parece que a Petrobras também tomou empréstimos junto ao Banco do Brasil (BB). Essa desconfiança, segundo ele, reforça a necessidade de que os representantes dessas instituições envolvidas venham se explicar. Para ele, uma eventual recusa da Petrobras, do BB e da Caixa em dar explicações pode suscitar diversas interpretações. “Será que foi um problema de má administração? Será que a empresa fez (operações com) derivativos como as outras?”, questionou.

O senador declarou que a audiência pública para ouvir esses representantes é mais do que uma precaução. “É uma coisa seriíssima que empresas do porte da Petrobras com problemas de pagar seu dia-a-dia.” Depois das explicações, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado pode concluir que é necessário até pedir uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) na estatal.

CAE

Depois de aprovar requerimento para convidar para uma audiência pública os presidentes da Petrobras, da Caixa Econômica Federal, e do Banco do Brasil, Antonio Francisco Lima Neto, a CAE do Senado aprovou também requerimento para ouvir o presidente do Banco Central. Todos foram convidados para falar sobre o empréstimo de R$ 2 bilhões concedido pela Caixa para a Petrobras.