Superávit primário até abril cresceu 60%

Brasília – O ajuste fiscal imposto pelo governo nos quatro primeiros meses da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva foi 60% maior do que o verificado no mesmo período do ano passado. A contenção de gastos na esfera pública, sem incluir as despesas com juros, proporcionou, no período, uma economia recorde de R$ 32,7 bilhões – chamada de superávit primário. Entre janeiro e abril de 2002, o saldo foi positivo em R$ 20,5 bilhões.

Somente em abril, o setor público registou o maior superávit para o mês desde 1991: R$ 9,8 bilhões. Com isso, falta R$ 1,8 bilhão para o País alcançar, antecipadamente, a meta de R$ 34,5 bilhões acertada com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para o final de junho.

“Os resultados de abril são altamente favoráveis e estão influenciados pelo superávit primário de R$ 10,3 bilhões do governo central”, afirma Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico do Banco Central, referindo-se à economia registra pelo Tesouro, BC e INSS no mês, a maior da história. O saldo final do setor público consolidado seria maior, se não fosse o déficit de R$ 2,2 bilhões das estatais federais. “Isso ocorreu porque as estatais distribuíram royalties e pagaram impostos sobre o lucro obtido”, explicou.

A carga de juros também vem pesando mais no caixa do setor público e o crescimento desse gasto ocorre num ritmo mais acelerado. Entre janeiro e abril, as despesas com encargos financeiros que incidem sobre a dívida pública alcançaram R$ 51,3 bilhões, quase 70% a mais do que os R$ 30,4 bilhões verificados no mesmo período de 2002.

Esse crescimento só não foi maior porque o governo federal contou com uma receita de R$ 11,1 bilhões obtida com a negociação de contratos especiais de câmbio (swap cambial). Como em abril houve uma apreciação do real frente ao dólar de 13,82%, o Banco Central, que havia vendido contratos de câmbio no mercado, lucrou com a operação. O dinheiro extra que entrou no caixa do BC fez com que as despesas totais com juros no mês caíssem pela metade em comparação a março, totalizando R$ 6,4 bilhões. Esse gasto foi coberto com folga pelo superávit primário de R$ 9,8 bilhões e o saldo final foi um superávit nominal de R$ 3,4 bilhões. Esse foi o maior superávit nominal desde 1991.

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