O superávit em conta corrente do Japão teve contração de 34,3% no mês de março, na comparação com o mesmo mês do ano passado, informou hoje o governo. Esta foi a primeira queda dos últimos dois meses e ocorreu depois que o terremoto e o tsunami de 11 de março interromperam a produção das fábricas e as exportações do país.

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Medida mais ampla do comércio e do investimento internacional, o superávit em conta corrente ficou em 1,679 trilhão de ienes (US$ 20,746 bilhões) em março, de acordo com os dados do Ministério das Finanças. Economistas previam um superávit de 1,731 trilhão de ienes.

O dado reflete o impacto econômico do pior desastre natural do Japão em décadas, que provocou baixas recordes na produção industrial, no gasto das famílias e no sentimento do consumidor. O ministério informou ainda que o Japão apresentou déficit comercial de 786,82 bilhões de ienes (US$ 9,722 bilhões) nos primeiros 20 dias de abril, ante um superávit de 154,60 bilhões no mesmo período do ano passado. Os números se baseiam em dados da alfândega e não incluem ajustes sazonais.

“Os dados de comércio para os primeiros 20 dias de abril mostram que o crescimento das importações é muito forte, ao passo que as exportações estão fracas”, disse Yuichiro Nagai, economista do banco Barclays Capital em Tóquio. “Então, provavelmente veremos um déficit comercial em abril.”

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As exportações japonesas caíram 12,7% em março, em relação ao mesmo intervalo de 2010, enquanto as importações saltaram 14,2%. Os dados da conta corrente tiveram pouco impacto sobre o mercado de câmbio, pois vieram em linha com as previsões, disseram economistas. O Banco do Japão (BOJ, o banco central japonês) informou que os empréstimos bancários tiveram queda modesta de 0,1% em abril, no menor recuo desde novembro de 2009. As informações são da Dow Jones.