O superávit da balança comercial, de US$ 712 milhões, obtido na segunda semana de julho (08 a 14), é o melhor saldo semanal desde o Plano Real, mas não há expectativa de que resultados assim tão expressivos se repitam. A afirmação é da secretária de Comércio Exterior, Lytha Spíndola, que explicou que o bom desempenho da balança comercial foi resultado de três fatores.
O primeiro deles foi a suspensão parcial da greve dos auditores fiscais da Receita Federal e a regularização dos registros de exportações que já tinham ocorrido com base apenas em um termo de responsabilidade da Receita. Segundo Lytha, esse termo é dado pelo fisco para o embarque das mercadorias, mas tão logo o sistema volte a operar, o registro é feito.
O mesmo não ocorre com as importações, já que o termo de responsabilidade é um documento que libera apenas os embarques das exportações. A avaliação de Lytha é de que o impacto da greve sobre as importações não seja tão forte quanto das exportações. “O impacto sobre as importações é mais diluído”, afirmou, ressaltando que a impressão é de que os efeitos da greve tenham sido mais fortes sobre as vendas externas.
A secretária não espera um movimento contrário na balança comercial das próximas semanas, com uma explosão das importações. Segundo ela, se houvesse esse represamento das importações, assim que o sistema fosse regularizado, os números teriam aparecido.
Além disso, a balança foi beneficiada na segunda semana de julho com o início das exportações de soja e de alguns produtos agrícolas. Lytha explicou que a soja começa a ser exportada em abril, mas, neste ano, os produtores esperaram uma melhora dos preços e só agora começaram a vender o produto. O preço da soja em grão subiu 5% nesse período. O volume de soja exportado no período, pela média diária, foi 125,3% superior à média exportada em junho.
Outro fator que contribuiu para as exportações foi a taxa de câmbio favorável aos exportadores. Com isso, a balança comercial brasileira registrou exportações de US$ 1,884 bilhão na segunda semana de julho (08 a 14), com média diária de US$ 376,8 milhões, contra importações de US$ 1,172 bilhão, com média de US$ 234,4 milhões.