Superávit da balança perto de US$ 20 bilhões

Goiânia – O superávit da balança comercial brasileira fechará o ano acima de US$ 22 bilhões, projeta o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan. A balança comercial já registra superávit acumulado no ano, até a quarta semana de outubro, de US$ 19,968 bilhões. As exportações chegaram a US$ 58,921 bilhões e as importações, a US$ 38,953 bilhões. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve um crescimento nas vendas para o exterior, no saldo acumulado, de 20,3% na média por dia útil e queda de 0,6% nas importações.

Informações divulgadas ontem pelo Ministério do Desenvolvimento revelam que na quarta semana de outubro (entre 20 a 26), a balança obteve superávit de US$ 541 milhões. As exportações foram de US$ 1,708 bilhão e as importações, de US$ 1,167 bilhão. Na comparação com outubro de 2002, as exportações cresceram 21% na média por dia útil, contra 18,6% das importações. Em relação a setembro, o acréscimo por dia útil ficou em 2,9% nas exportações e em 5,1% nas importações.

Segundo Furlan, nesta semana, o volume de exportações nacionais atiginrá os valores alcançados nos 12 meses do ano passado: US$ 60 bilhões. “Vamos ter dois meses para atingir a nossa meta”, disse o ministro. De acordo com ele, o saldo é possivel porque a indústria apresentou boas expectativas. “A indústria respondeu fortemente e, com isso, vamos também lançar um plano de exportações para o ano que vem”, disse Furlan. Os setores que merecem destaque na pauta brasileira, segundo ele, são o automotivo, autopeças, máquinas, produtos químicos e setores tradicionais, como celulose.

Para 2004, a meta do governo é aumentar o superávit comercial, com as exportações chegando a US$ 80 bilhões. “Continuamos muito animados, olhando 2004”, disse Furlan. Ele participou em Goiânia do 9.º Encontro Econômico Brasil-Alemanha.

Bioterrorismo

Furlan informou que o governo brasileiro está negociando com os Estados Unidos uma saída para que as medidas contra o bioterrorismo, adotadas no território norte-americano, não prejudiquem as exportações brasileiras. “Não queremos que uma medida justificada para efeito de terrorismo se transforme numa barreira protecionista, não-tarifária”, disse o ministro, que participou na capital de Goiás, da abertura do 9.º Encontro Econômico Brasil-Alemanha.

As medidas contra o bioterrorismo deverão tornar mais rígidas as avaliações sobre higiene, controle e confiabilidade dos produtos comercializados para os Estados Unidos. Segundo Furlan, a Camex estará em contato com autoridades norte-americanas para estudar medidas alternativas como a inspeção prévia nos portos brasileiros, para que contêineres já saiam liberados do Brasil.

CNI prevê volta de investimentos

São Paulo

(AE) – Há um melhor ambiente de confiança sobre o futuro da economia no meio empresarial brasileiro que logo deve se materializar no retorno dos investimentos do setor privado, acredita o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto. Essa volta, diz ele, não ocorrerá de maneira homogênea entre os diversos segmentos da indústria, dada as realidades diferentes de cada um deles, por exemplo em termos de utilização de capacidade instalada ou da complexidade na tomada de decisão de setor a setor.

“Algumas áreas vão retomar os investimentos em um prazo mais curto, outras demorarão um pouco mais. De qualquer forma, nossa expectativa é de que a taxa de investimento no País voltará a crescer. Há um clima de melhor confiança que está se consolidando”, afirmou o presidente da CNI. Para ele, os sinais políticos e as condições macroeconômicas para essa retomada já estão dadas, ainda que existam ruídos localizados que “joguem contra” essa percepção de estabilidade, essencial, segundo ele, para a decisão de investir.

Projetos privados estão sendo mapeados

Goiânia

(AE) – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, informou ontem que o governo está fazendo um levantamento sobre as intenções de investimento do setor privado brasileiro. Furlan comentou que tanto ele quanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem recebido informações sobre projetos de expansão, e a idéia é ter um número mais consolidado ao final do ano.

De acordo com o ministro, boa parte dos investimentos são voltados à exportação, como é o caso de uma fábrica de papel e outra de café solúvel. Segundo Furlan, os investimentos em 2004 “serão muito maiores do que 2003, não porque a gente quer, mas porque há indicações concretas disso”. Ele disse que a decisão empresarial em investir envolve uma parte racional e uma instintiva, e que o período que foi do final de 2002 até o primeiro trimestre de 2003 dificultou o planejamento por parte das empresas. Agora, acredita, o quadro é diferente. “A perspectiva para 2004 e 2005 é muito atraente”, afirmou, durante a abertura do XXI Encontro Empresarial Brasil-Alemanha.

O presidente da Confederação Alemã da Indústria (BDI), Michael Rogowski, disse que as empresas alemãs poderão cooperar com o Brasil na expansão de sua infra-estrutura. Durante o encontro, será prorrogado por mais três anos um termo de cooperação entre os dois países nessa área. Furlan disse que os investimentos em infra-estrutura são bem-vindos, pois há forte demanda pela expansão da logísitca no País. Ele lembrou que, neste ano, o volume físico das exportações brasileiras já aumentou 20%, demandando mais estradas, ferrovias e portos.

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