A balança comercial de setembro surpreendeu os analistas do mercado financeiro. A maioria afirmava que neste mês a balança fecharia com saldo positivo, mas significativamente menor que o resultado apurado em agosto, de US$ 1,575 bilhões. A justificativa era de que a balança se ressentiria com a redução dos embarques das commodities agrícolas passado o pico da safra.
Mas a balança fechou a quarta semana de setembro com um saldo de US$ 489 milhões e acumulando no mês, até ontem, superávit de US$ 2,349 bilhões. De acordo com a analista da Andressa Tezine, do ABN Amro Bank, boa parte do resultado da balança em setembro reflete, em parte, os registros atrasados de soja. Com base em dados abertos até julho, a balança mostra também que está havendo uma melhora na qualidade das exportações com a entrada de produtos brasileiros de maior valor agregado no exterior.
No Relatório de Inflação, divulgado hoje (30) pelo Banco Central, a instituição considera que o setor externo tem passado por um ajuste, em parte por conta dos saldos positivos da balança comercial, que por sua vez tem se beneficiado da redução das importações, seja por conta da produção interna de parte dos produtos que são importados, seja por conta do enfraquecimento da demanda em razão da baixa atividade econômica. Além disso, ressalta o relatório do BC, a taxa de câmbio tem muito a ver com o reajuste do setor externo da economia brasileira.