João de Noronha / GPP
João de Noronha / GPP

Há poucos dias eram os técnicos que estavam de braços cruzados.

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Os auditores da Receita Federal farão paralisação nesta quinta e sexta-feira para chamar a atenção do governo e da população sobre as emendas acordadas com os técnicos para ascensão ao cargo de auditor sem necessidade de concurso público. Em Curitiba e Região Metropolitana, apesar do feriado prolongado, os auditores esperam angariar adesão satisfatória ao movimento, em manifestação que acontecerá no terminal do Aeroporto Afonso Pena na sexta-feira (9). Durante esse dia, atendimentos de plantão fiscal, malha de pessoa física, processos de restituição e fiscalização aduaneira ficarão prejudicados.

?Nós somos contra o trem da alegria?, diz o presidente da delegacia em Curitiba do Unafisco Sindical – Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal, Norberto Sampaio, se referindo à elevação de técnicos para cargo de auditor sem a necessidade do concurso público, exigido desde a Constituição de 1988. ?Todas as tentativas como essa até hoje foram barradas?, avalia o sindicalista, que diz também estar incluído na pauta da paralisação a exigência de auditores da Receita nas CPIs que tramitam no Congresso (dos Bingos, do Mensalão e dos Correios). ?Ao contrário de 1992, quando havia 60 auditores trabalhando na CPI que derrubou o Collor – a chamada CPI do PC – hoje não tem nenhum auditor fiscal atuando lá dentro.?

No alvo das manifestações dos auditores – que tem afetado também servidores da secretaria previdenciária do INSS – está a votação pelo congresso da Medida Provisória 258, ou da Super-Receita, que unifica os fiscos. Desde ontem a MP já trancava a pauta. Além da progressão da carreira dos técnicos, a Receita Federal do Brasil prevê criação de novos cargos: ao auditor da Receita foi acrescentado fiscalizar a contribuição para previdência social e ao auditor da previdência, que fiscaliza as contribuições, terá de fazê-lo para todos os tributos.

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Na sexta-feira, os auditores da Receita votarão nova paralisação a partir de segunda-feira, que pode durar por toda a próxima semana.

Previdenciária

Ainda que os servidores da secretaria previdenciária compartilhem da mesma opinião dos auditores da Receita, o sindicato que representa a categoria não deliberou por nenhum tipo de manifestação até o momento. Os servidores do INSS estão observando os passos do governo no cumprimento dos acordos determinados quando do fim da greve da categoria, que durou 75 dias.

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Os sindicalistas reclamam que falta assinar a minuta que oficializa a troca de aumento de carga horária pela garantia de ponto dos dias parados. ?Até agora o governo não cumpriu nada, mas nós sim. O trato era que nós iríamos compensar os dias de greve trabalhando três sábados e por duas horas a mais nos dias de semana para acabar com o acúmulo dos processos. Já estamos conseguindo concluir, mas o governo ainda não assinou o termo de compromisso?, explica a assessora jurídica do Sindiprevs-PR (Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Saúde, Trabalho, Previdência e Ação Social do Estado do Paraná), Jakqueline de Gusmão.