Substituição de importações depende de redução de custos

Os altos custos de capital e tributos no Brasil, quando comparados a outros países, praticamente impedem a fabricação de muitos produtos no País, forçando as importações. Por isso, um programa de substituição de importações deve se concentrar na redução desse diferencial de custos, defende o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) no boletim ?O Papel da Substituição de Importações em um Novo Modelo de Ajuste Externo?.

Para o instituto, o objetivo de uma política de substituição de importações deve ser permitir o aumento das compras, mas em um nível inferior ao das exportações para garantir superávits comerciais. Um ajuste mínimo do setor externo brasileiro pede um saldo comercial positivo entre US$ 13 bilhões e US$ 14 bilhões, a ser obtido em, pelo menos, três anos.

O Iedi sugere, como instrumentos para uma política de incentivos a projetos de substituição de importações, a desoneração dos custos tributários sobre investimentos e produção, mais altos no Brasil; um programa que procure igualar os custos e prazos de financiamento no País, em relação às condições internacionais; atração de investimentos, visando à produção para o mercado doméstico – nesse caso haveria substituição de importações e possibilidade de aumento de exportações.

O Iedi admite, ao mesmo tempo, que o crescimento da economia brasileira depende do aumento das importações. ?Elas são desejáveis para o crescimento interno e para a elevação da competitividade do produto nacional.? No entanto, uma expansão das importaçõ s pode neutralizar um eventual aumento das exportações, frustrando o ajuste externo.

As importações estão em tendência de queda. Depois da abertura comercial do início dos anos 90 e do Plano Real, baseado na âncora cambial, elas cresceram até atingir o ápice de US$ 60 bilhões em 1997. Neste ano, devem alcançar US$ 50 bilhões. Foram, segundo o Iedi, as desvalorizações cambiais de 1999, 2001 e deste ano os principais responsáveis pela queda nas compras, e não um eventual processo de substituição de importações.

Voltar ao topo