Subir juro significará menos empregos, diz Ipea

O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, disse nesta sexta-feira (14) que a possível elevação da taxa Selic (juro básico da economia brasileira), se decidida pelo Banco Central, significará menos empregos. Ele considera que uma elevação dos juros levará à valorização do real, porque uma Selic mais alta, em tese, atrairá mais recursos de investidores estrangeiros. Com a desvalorização do dólar, Pochmann lembra que está ficando mais interessante aos produtores brasileiros importarem insumos do exterior.

Ele afirmou que considera um debate "primitivo" a concentração no tema da inflação. De acordo com ele, o Banco Central deveria ter uma visão mais ampla. "O (debate no) Banco Central precisa ser enriquecido. O Fed (banco central americano), por exemplo, considera emprego também, não só inflação", afirmou, após ministrar a aula inaugural no Instituto de Economia da UFRJ.

Pochmann disse também que uma eventual alta de juros pode inibir investimentos. Ele afirmou que "o investimento é a melhor política antiinflacionária que temos". Explicou que o aumento da oferta através do investimento combate a inflação e reconheceu que "isso leva um tempo e o consumo está crescendo agora". O presidente do Ipea receia, porém, que uma política de combate à inflação concentrada em juros altos possa "matar a sustentabilidade" do crescimento econômico pela inibição de investimentos. O Ipea é uma fundação pública federal vinculada ao Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

PIB

Ele acredita que o Brasil poderá crescer este ano tanto quanto no ano passado, quando o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 5 4%. Pochmann rejeita a sugestão de ajuste fiscal como forma de reduzir os juros porque acredita que isso diminui o crescimento econômico. Disse ainda que em 2008 o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) "terá mais materialidade" e que junto com as eleições municipais vai dinamizar a economia.

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