A decisão estratégica de incrementar a produção de fertilizantes no Brasil pôs os ministros Reinhold Stephanes (Agricultura) e Edison Lobão (Minas e Energia) em rota de colisão. Em entrevista, Stephanes se disse “angustiado” com a demora na definição de medidas que reduzam a dependência dos produtores brasileiros em relação aos fertilizantes importados. No fim do ano passado, a alta recorde dos preços dos fertilizantes, aliada à queda no valor das commodities, criou sérios problemas para os agricultores brasileiros. Por isso, Stephanes tem pressionado colegas de governo, principalmente o ministro Lobão, responsável pela política de exploração mineral.

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“O Brasil não tem nenhuma política de exploração de jazidas minerais para fertilizantes”, reclamou Stephanes. “Nós temos apenas uma estrutura cartorial que dá licenças de pesquisa e de exploração e, mesmo assim, com quase nenhum controle.” Hoje, o Brasil importa 91% do potássio utilizado na agricultura. No entanto, há uma imensa jazida em Nova Olinda do Norte, na Amazônia, sem exploração. Há indícios de que essa pode ser a terceira maior reserva do mundo, atrás apenas da Rússia e do Canadá.

Algo semelhante ocorre com o fósforo. O País importa 51% de suas necessidades, quando o elemento existe em abundância aqui. “O fósforo vem do Marrocos, atravessa o Oceano Atlântico, chega ao Porto de Paranaguá ou de Santos, passam-se dias ou semanas com o navio esperando para descarregar, aí descarrega, bota num caminhão, roda três mil quilômetros até o norte do Mato Grosso. Só que no norte do Mato Grosso tem jazida de fósforo”, disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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